segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tragédia da educação só acaba quando tivermos escolas de verdade


Cristovam Buarque
Senador (PDT-DF)
Rio - Para mudar a vergonha e os riscos da nossa tragédia educacional, o Brasil precisa dar um primeiro passo: definir “o que é uma escola”. Só então esse conceito poderá ser repetido nas 200 mil escolas que recebem nossos 50 milhões de crianças e jovens. Definindo o que é escola, poderemos transformar essas quase-escolas em verdadeiras escolas.

Ser escola, neste início de Século XXI, é: garantir acesso e permanência de todos; ter professores muito bem remunerados, preparados e dedicados; funcionar em prédios bonitos, confortáveis e bem conservados; dispor dos equipamentos pedagógicos mais modernos; funcionar em horário integral, complementando a instrução com atividades lúdicas, esportivas e culturais; preparar o aluno para aprender a aprender, de maneira que ele construa seu processo educativo mesmo depois de sair da escola; garantir a participação dos pais; receber toda a comunidade nos fins de semana.

Hoje, são chamados de escolas prédios que não merecem esse nome: não têm professores nem livros; não são edificações eficientes nem confortáveis; não possuem equipamentos pedagógicos modernos.

Na maioria dos casos, o que chamamos escola não é. Parece escola, é quase-escola, semi-escola, pseudo-escola. A maior parte são restaurantes-mirins, aonde a criança vai para comer a merenda, e nada mais. Sem permanência, sem freqüência, sem aprendizado, sem promoção com aproveitamento.

Só começaremos a revolucionar a educação brasileira quando todas as 200 mil edificações que chamamos de escola mereçam realmente levar esse nome.

fonte: O Dia

http://odia.terra.com.br/portal/conexaoleitor/html/2009/5/cristovam_buarque_o_primeiro_passo_10597.html

Qui, 07 de Maio de 2009 

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