quarta-feira, 28 de julho de 2010

APRENDI

Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. ..
 
Aprendi
 
(Soninha Valle)
 
Aprendi que nesta vida,
 não se pode ser feliz sozinho.
 
Aprendi,
que todo ser humano,
necessita de carinho...
 
Aprendi,
e quanto mais no tempo passo,
ainda mais eu compreendo, 
a força que tem um abraço...
 
Aprendi que apenas um,
não chega a lugar algum...
 
Aprendi,
que quando o Amor é concedido
Muito mais amor é recebido...
 
E foi então que percebi,
 o que faz com que as flores sejam tão belas...
- É o "cuidado"  que se tem com elas...
 
 
 
Assim é a Educação... Será que não tá faltando esse "cuidado" tão simples, mas tão importante para a nossa Sociedade?

ENEM PARA PROFESSORES

 
 
Primeira prova deverá ser realizada em 2011.
Participação de docentes e adesão de secretarias será voluntária.


O Ministério da Educação (MEC) instituiu nesta segunda-feira (24) o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente. O ministério pretende realizar a primeira prova em 2011. Na primeira edição, poderão participar educadores dos primeiros anos do ensino fundamental (1º ao 5º ano) e da educação infantil.
Segundo portaria publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ficará responsável pela prova, que será constituída de uma avaliação de conhecimentos, competências e habilidades.
Uma consulta pública sobre o exame está aberta desde a última quarta-feira (19) e terá duração de 45 dias, no site do Inep.
A seleção será parecida com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O professor fará a prova e poderá usar a nota para ingressar em qualquer uma das redes de ensino que aderirem ao programa.
De acordo com a portaria, os objetivos da prova são subsidiar a contratação de docentes para a educação básica dos estados e dos municípios e conferir parâmetros para auto-avaliação dos futuros docentes, com vistas à continuidade da formação e à inserção no mundo do trabalho.
Além disso, o exame pretende oferecer um diagnóstico dos conhecimentos dos futuros professores para subsidiar políticas públicas de formação continuada e criar um indicador qualitativo que poderá ser incorporado à avaliação de políticas públicas de formação inicial dos docentes.
Secretarias de Educação interessadas em usar os resultados do exame terão de formalizar adesão junto ao Inep. A forma de utilização para a contratação de docentes será definida por cada secretaria.
O exame será realizado anualmente, com aplicação descentralizada das provas. A participação dos professores será voluntária, mediante inscrição. Assim, como no Enem, o docente terá um boletim de resultados após fazer a prova.
Segundo a portaria, o Inep montará um banco de dados e emitirá relatórios com os resultados do exame e irá disponibilizá-los para instituições de educação superior, secretarias de educação e pesquisadores. Resultados individuais só poderão ser usados com autorização do candidato.
Os procedimentos, prazos e outros aspectos operacionais do exame, assim como a inscrição dos interessados e outras normas serão estabelecidos em nova portaria do Inep.
Para criar o programa, foram analisados países que buscam ter um padrão de professores. Esses países foram Austrália, Canadá, Cingapura, Chile, Cuba, Estados Unidos e Inglaterra.
“São países com sistemas de ensino e contextos diferenciados, mas todos entendem que o bom professor tem de ter domínio do conteúdo que vai lecionar e conhecer as metodologias de ensino”, disse Gabriela.
Fonte: G1
O Brasil devia observar e copiar também o padrão de vida e condições de trabalho dos professores de outros países. A todo momento mais trabalho e mais avaliações para professores. Condições de trabalho, melhorias, auxílio à saúde dos professores não vemos. Ou se vemos, é pouco ainda.

QUANDO EU CRESCER, NÃO VOU QUERER SER PROFESSORA!



A sociedade dos dias de hoje está com seus valores (?) morais deturpados. Isso é um fato. Somos crias de uma geração que teve um ensino tradicional, um governo militar e uma juventude onde ser um adolescente transviado era colocar uma saia mais curta ou ir contra um artigo de jornal. A droga não era tão explícita, o sexo era feito com amor e ser virgem não era vergonha. Diálogo entre pais e filhos era coisa quase impossível. Você ouvia e obedecia. E com isso também respeitava. Tento me lembrar se nessa época tantas crianças eram mortas ou  violentadas.Se tantos pais e mães eram mortos por seus filhos como aparece nos jornais. Se professores eram tão maltratados, desvalorizados e alvo de chacotas e violência pelos alunos, por alguns pais e até pelo governo. Não, não me lembro disso...Mas me lembro da minha mãe dizendo que um(a) professor(a) era como se fosse nosso pai ou mãe e que devíamos respeitá-los.

Fui alfabetizada em 03 meses, ao final sabia ler e escrever. Penso que foi tão rápido porque desde pequena folheava os gibis em casa e inventava histórias de acordo com as ilustrações. Hoje sei que isso também era leitura. Lembro-me ainda do meu professor de Geografia, o Agnaldo, na cidade de Guaraí-Go, na minha quinta série. Da minha primeira professora, de nome Neuza, na escola Emanuel Pinheiro, em Rondonópolis..e da segunda professora, Luíza, tão boa para os alunos que preferia chorar em sala de aula a chamar a atenção de algum..e me lembro ainda da professora de Português da terceira série, a Ilza, nome estranho, pessoa tanto quanto, tão séria que dava medo e que descobri depois ter um coração enorme. Lembro de muitos mais e tenho todos guardados com muito carinho no meu coração. Ajudaram-me a ser quem eu sou.

Tenho 40 anos. Não muito, mas em relação aos valores morais e humanos, nessas quatro décadas muita coisa mudou. Hoje, filhos mandam nos pais, agridem e alguns até matam. Não se pode mais começar a trabalhar cedo, eu comecei com 14 anos, não morri, não roubei, nunca matei, graças a Deus.E não cresci revoltada ou traumatizada. Em casa o lema era "escreveu, não leu, o pau comeu". Se a mãe falava, era pra obedecer. Ela estava sempre certa. Nunca a respondi, gritei ou falei, não que não tivesse vontade até de vez em quando (sou normal), mas havia o respeito por ser minha mãe, por ser uma pessoa mais velha, por ter mais experiência até e ver lá no futuro o que talvez eu não estivesse enxergando no momento. Lembro também nesse interím dos meus 40 anos, das pregações por uma sociedade mais livre e que a palmada traumatizava. E hoje uma mãe na escola, e não é a primeira, disse: "Olha, professores, eduquem vocês, porque eu não dou conta..."  Certo, ela não dá conta e acredita então que o(a) professor(a) tem a responsabilidade de conseguir o que ela não consegue?

Hoje em dia e cada vez mais, professor é um pouco de cada: psicólogo, pai, mãe, amigo, palhaço na frente da sala para chamar a atenção dos alunos, um ser criativo, inovador, provocador,estudante 24 horas por dia, têm mais reuniões pedagógicas que muitos empresários por aí, insatisfeito, ganha pouco, é estressado, depressivo. Um acúmulo de funções, pressões e redundâncias que deixam o professor(a) ser tudo em sala de aula, menos SÓ PROFESSOR(A), aquele que era responsável pelo conhecimento formal, pedagógico.

Antigamente, as crianças brincavam tendo em mente:quando eu crescer, vou ser professor(a). Hoje, pouquíssimas crianças tem essa mentalidade. Até brincam de serem professores, mas quando você pergunta o que você quer ser quando crescer, vai ouvir inúmeras respostas. Meu filho de dez anos, por exemplo, me diz que quer ser roteirista de cinema (e por que eu nunca pensei nisso antes?).

Da mesma forma que não se faz um casamento brincando de "casinha", não se cria filhos sem regras, sem ensinar valores e conceitos do que é certo ou errado.Para educar, vale o princípio da "àgua mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Não podemos deixar de falar o que está errado, nem de apontar atitudes negativas e, principalmente, não podemos deixar de oportunizar aos filhos e alunos o diálogo (mesmo que em outra hora, quando estivermos mais calmos). Não é possível, ainda, relegar a educação maternal e paternal dos filhos a outros.

Sinceramente, se a coisa continua assim, quando eu crescer, também não vou querer ser professor(a). E você?
Autoria do Texto: Jô Angel Publicado originariamente no Blog Análise de Textos.


“Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda"

 

terça-feira, 27 de julho de 2010

ESPELHO DA VIDA






“O mundo ao seu redor é um reflexo, um espelho que mostra quem você é.
O que você acha de bom nos outros está bom também em você, os defeitos que você encontra nos outros são os seus defeitos também.
Afinal, para reconhecer algo, você tem que conhecê-lo. As potencialidades que você vê nos outros, são possíveis também para você.
A beleza que você vê nos outros lhe mostra você mesmo.
Veja o melhor nos outros, e você será uma pessoa melhor.
Doe aos outros e estará doando a si mesmo, aprecie a beleza e você será belo.
Admire a criatividade e você será criativo, ame e você será amado, procure compreender e será compreendido, ouça e sua voz será ouvida, ensine e você aprenderá.
Mostre ao espelho sua melhor face, e você ficará feliz com o que ele vai lhe mostrar.

Que todos possam se orgulhar, da imagem que reflete no espelho da vida.”

Seja você um espelho em que possa refletir coisas boas a todas as pessoas que te cercam
                           "Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um sim ou um não pode mudar toda a nossa existência."
                                                                                          (Autor  Desconhecido)


segunda-feira, 26 de julho de 2010

EDUCAR - RUBEM ALVES

IDEB E EDUCAÇÃO BÁSICA: DA RETÓRICA A REALIDADE

                                                                                                      








 Por Wellington Fontes Menezes *


Com a divulgação do início do mês de julho pelo Ministério da Educação (MEC) dos números do Índice de Desenvolvimento Básico da Educação (Ideb), para quem acompanha o estágio atual da Educação Básica no Brasil já era esperado muita publicidade ufanista para uma lamentável realidade. É sabido que a Educação Básica pública nunca foi prioridade real de nenhum governo na esfera federal ou estadual, salvo exíguas exceções em pequenos municípios. Logo, todo o discurso que se faz em torno da Educação Básica é muito mais verborrágico do que efetividade governamental.
Estatísticas servem como norteadores e nunca como verdades absolutas. Por sua vez, os números das estatísticas podem ser curiosos. Analisar seus significados em aspectos positivos ou negativos será trabalhado de acordo com o seu articulador. É a história do copo pela metade de água: meio cheio ou meio vazio. Isto não significa formalmente “manipulação”, mas uma “interpretação” de dados. Sendo assim, o Ideb segue como mais um norteador burocrático criado pelo governo federal para diagnosticar obviedades na educação básica.
Usando a lógica do chão de fábrica do tecnicismo metrológico, segundo seus idealizadores e medido a cada dois anos, o Ideb serviria para avaliar o desempenho e propor “metas” a serem atingidas até 2022. Neste caso, o Ideb é composto de dados auferidos por algumas notas de provinhas que enfatizam a matemática e língua portuguesa realizadas pelos alunos das séries iniciais e finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. As “metas” a serem alçadas pelas unidades de ensino são propostas pelos técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Estatísticas (INEP).
Os dados da média nacional do Ideb recém divulgados pelo INEP para as séries iniciais do Ensino Fundamental para 2005, 2007 e 2009 foram respectivamente, 3,8, 4,2 e 4,6. Para a projeção das metas para ao período 2007, 2009 e 2021 são respectivamente, 3,9, 4,2 e 6,0. Para as séries finais do Ensino Fundamental, os dados obtidos para 2005, 2007 e 2009 foram respectivamente 3,5, 3,8 e 4,0. A meta estabelecida para esta série para os anos de 2007, 2009 e 2021 foi respectivamente de 3,5, 3,7 e 5,5. E por fim, a avaliação nacional para o Ensino Médio observado para 2005, 2005 e 2009 foi respectivamente, 3,4, 3,5 e 3,6. A projeção das metas para o Ensino Médio para 2007, 2009 e 2022 foi respectivamente 3,4, 3,5 e 5,2. Cada unidade escolar, pública e privada, possui seus respectivos valores medidos e suas metas de projeção pelos técnicos do INEP. Segundo o próprio site oficial do MEC, por meio de aporte de recursos do Fundo da Educação Básica (FUNDEB), o órgão promete dar suporte para municípios e estados para aplicarem nas escolas e supostamente melhorarem seus índices do Ideb, com ênfase na alfabetização de todas as crianças até oito anos de idade.
O investimento por aluno na Educação Básica é muito aquém do que se poderia esperar de um mínimo padrão aceitável. Utilizando os mesmos dados disponibilizados pelo INEP/MEC em nível nacional, entre 2000 e 2008, o investimento médio anual por aluno na Educação Básica foi de R$ 1.752,89, ou seja, cerca de R$ 146 ao mês por aluno. Neste mesmo período, no caso do Ensino Médio, foi de R$ 1.434,78, ou seja, o valor médio por aluno de R$ 120 ao mês. Estes dados são referentes ao investimento governamental direto em educação pública.
Por mais inverossímil que possa apresentar em pleno século XXI no Brasil, somente no ano de 2008 foi decretado o piso nacional que trata do salário do professor da Educação Básica. A Lei nº 11.738 sancionada pelo presidente da República estipulando o valor de R$ 950 mensais para uma jornada máxima de 40 horas semanais. Bem acima dos mitos tecnológicos e as falácias do ensino a distância, é importante frisar que a estrutura educacional é alicerçada essencialmente pelos recursos humanos. Além das notórias disparidades econômicas regionais, a falta de subsídios para os professores e conjunto com as precárias estruturas de trabalho e de formação e atualização profissional colaboram profundamente para a degeneração do quadro da Educação Básica pública no país.
De todas as categorias profissionais do serviço público e sua importância social, o ofício docente da Educação Básica é a que mais sofre pelo profundo descaso das ações governamentais. Há poucas vagas nos cursos de licenciatura nas universidades públicas e a formação do professor da rede pública é basicamente relegada para as faculdades privadas que muitas delas fazem promoções ao estilo “pague um e leve dois” cursos de licenciatura. A farra indiscriminada da pífia qualidade de ensino da grande maioria destas empresas privadas disfarçadas em faculdades é negligenciada pelo MEC. Quando a educação é tratada um mero produto mercantil o resultado é a nítida falta de social com sua finalidade primária.
Na balança entre o público e o privado que falsamente é induzido o debate educacional, os pais que podem subsidiar a educação de seus filhos encontram escolas que na média nacional ainda estão abaixo ou, no máximo, no limite das metas estabelecidas pelos critérios do Ideb. Supostamente, com maior aporte de recursos proveniente das mensalidades cobradas pelas empresas gerenciadoras, tais escolas privadas patinam no mito da “superioridade” em níveis de qualidade e nas veleidades consumistas dos pais dos alunos que em geral tratam a educação como mera mercadoria.
Sem uma profunda mudança na estrutura educacional da Educação Básica pública aliada ao aporte de recursos financeiros com valorização efetiva dos professores pouco adiantará gastar dinheiro público na elaboração idílica de modelos estatísticos e econométricos. Sobretudo vale ainda destacar que ao não tratar educação pública como verdadeira prioridade governamental, é relegar milhões de brasileiros ao ostracismo da ignorância e miséria, além da manutenção perpetua das disparidades sociais. Para quem acredita no vislumbre sedutor das estatísticas, basta uma breve visita a qualquer uma escola pública “não-maquilada” para sentir o abismo que adormece a Educação Básica brasileira.

* Wellington Fontes Menezes é mestrando em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), bacharel e licenciado em Física pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Rede Pública do estado de São Paulo.  Contato: wfmenezes@uol.com.br
Blog do autor: http://www.wfmenezes.blogspot.com/
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Fonte: O autor

VOCÊ SABE O QUE É O IDEB?

 
O que é o IDEB ?

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado pelo Inep em 2007 e representa a iniciativa pioneira de reunir num só indicador dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. Ele agrega ao enfoque pedagógico dos resultados das avaliações em larga escala do Inep a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb – para as unidades da federação e para o país, e a Prova Brasil – para os municípios.

Para que serve ?

Com o Ideb, ampliam-se as possibilidades de mobilização da sociedade em favor da educação, uma vez que o índice é comparável nacionalmente e expressa em valores os resultados mais importantes da educação: aprendizagem e fluxo. A combinação de ambos tem também o mérito de equilibrar as duas dimensões: se um sistema de ensino retiver seus alunos para obter resultados de melhor qualidade no Saeb ou Prova Brasil, o fator fluxo será alterado, indicando a necessidade de melhoria do sistema. Se, ao contrário, o sistema apressar a aprovação do aluno sem qualidade, o resultado das avaliações indicará igualmente a necessidade de melhoria do sistema. O Ideb vai de zero a dez.

O Ideb também é importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do PDE para a educação básica. O Plano de Desenvolvimento da Educação estabelece, como meta, que em 2022 o Ideb do Brasil seja 6,0 – média que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável a dos países desenvolvidos.

Como o IDEB é calculado ?

O Ideb é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento escolar (aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo Inep. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente pelo Inep. As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil (para Idebs de escolas e municípios) e do Saeb (no caso dos Idebs dos estados e nacional).














Veja também os últimos resultados obtidos com a Prova Brasil pela sua escola,  
 
http://www.inep.gov.br/

METAS DO IDEB: POR QUE TÃO TÍMIDAS?




O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), criado pelo Inep para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino, reúne num só indicador os dados sobre fluxo escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho no SAEB e na Prova Brasil. O objetivo do Ministério da Educação é atingir o índice de 6,0 até 2022, na primeira fase do ensino fundamental, mesmo patamar educacional da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), ou seja, evoluir da média nacional de 3,8 (2005) para 6,0 (2021). Já nos anos finais do ensino fundamental, de 3,5 para 5,5, e no ensino médio, de 3,4 para 5,2.
No entanto, é importante observarmos dois fatores interessantes: 1º) a média 6,0 é o patamar mínimo exigido pela OCDE, e 2º) as metas estabelecidas pelo Inep/MEC para a rede pública são extremamente tímidas; afinal, são longos 17 anos para se alcançar a meta proposta. Para os anos iniciais do ensino fundamental, com Ideb de 3,8 em 2005, a meta para 2007 era 3,9 e para 2009, 4,2, somente atingindo a meta 6,0 em 2021, que, segundo o Inep, representa um sistema educacional de qualidade. Numa escala que vai de 0 a 10, será que a média 6,0 realmente representa uma educação de qualidade?
Há de se considerar que, obviamente, a maioria das escolas prepara antecipadamente seus alunos de 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio para a aplicação da Prova Brasil (Português e Matemática). Isso significa que essas provas não “medem” o real ensino-aprendizagem da escola.
Além disso, principalmente com a implantação do sistema de ciclos, as taxas de reprovação diminuíram de modo significativo, interferindo no indicador, que utiliza dados do Censo Escolar. Portanto, por melhor que seja ter um índice para “medir” a qualidade da educação, que é melhor do que nada, os resultados são questionáveis, haja vista não refletirem a realidade do que ocorre nas salas de aula de nossas escolas públicas.
Esses dois fatores levam-nos a inferir que existe desinteresse por parte do governo federal por trás dessas tímidas metas do Ideb. Por quê? A resposta não é de agora, mas vem desde os tempos do colonialismo. Há um interesse político no Brasil em manter a massa da população com uma educação bem básica, bastante superficial, e os motivos são vários, desde os eleitoreiros até aos de grupos ligados ao setor privado de ensino.
Analisemos, como exemplo, a rede municipal de ensino de Recife (PE), cujo Ideb em 2005 foi 3,2: a previsão para 2007 foi 3,2, avançando 0,3 de dois em dois anos, para chegar a 2021 a 5,5. Nesse caso específico, devendo sair do baixo índice de 3,2 para atingir, em 17 anos, a tímida marca de 5,5 (numa escala de 0 a 10). É notório que um número bastante significativo de escolas vem superando essas metas em todo o País, como é o caso de uma escola municipal de Marabá (PA). Seu índice para os anos iniciais do ensino fundamental em 2005 foi 2,7, mas conseguiu alcançar a meta prevista para 2013 em 2007 e a meta prevista para 2015 em 2009, o que eleva também médias estaduais e municipais e, consequentemente, a média nacional.
Continuando assim, em 2021 o Brasil já terá ultrapassado e muito a meta 6,0. Uma revolução na educação brasileira? Afirmaria isso apenas quem não entende nada de educação escolar. Eu diria que o Ideb, como muitos outros dados quantitativos apresentados pelo governo federal para a educação, é apenas uma maquiagem, pois os alunos continuam saindo do 5º ano sem saber ler e escrever direito e sem executar, na prática, as noções básicas das quatro operações matemáticas.


Texto do professor Maurício Apolinário, graduado em Letras, pós-graduado em Docência do Ensino Superior, Gestão Escolar e Gestão de Pessoas. É autor do livro A arte da guerra para professores.
Site:www.mauricioapolinario.com.br.


FONTE:  Humana Editoral
Jornal Virtual Ano 8 - Nº 175 - 23/07/2010

PROFESSORAS DO SÉCULO XXI : CONFLITOS QUE ADOECEM

Quem não teve em sua vida uma professora que foi seu exemplo? Eu tive algumas que estão, até hoje, em minha memória e no meu coração. Não há muito tempo, encontrávamos apenas mulheres como professoras. Na atualidade, ainda encontramos uma maioria de mulheres como professoras, principalmente na Educação Infantil e Fundamental I. Portanto, dedico esta crônica a essas mulheres maravilhosas!!!
Você já se perguntou por que se tornou professora? Ainda mais... Por que continua na profissão?
Tenho um palpite. Vocês são movidas pela Paixão! Sim... Paixão! A Paixão em Educar!
Pertencemos à geração da busca incessante do conhecimento, mutável, improvável, surpreendente, libertador. Do professor educador, pesquisador, mediador, flexível, irrepreensível... o Professor Show! Das Educações Tecnológica e Inclusiva.
Que magnífico! Os tempos mudaram! Mas você está preparada para ser uma professora do século XXI?
Despenca sobre nós, professoras, uma avalanche de deveres e responsabilidades. Uma carga um tanto pesada, física e emocional. A física, quase sempre, conseguimos superar. Mas, e a emocional?
Encontramos muitos estudos a esse respeito e nada animadores. Quantos conflitos enfrentamos e suportamos dentro e fora da sala de aula? Dentro, quando estamos com nossos alunos, e fora, quando prestamos contas para nossos gestores. Sem mencionar a parte burocrática – como planejamento, diários, reuniões de pais, atividades extracurriculares, relatórios e mais relatórios... e por aí vai...
Muitas vezes, temos ainda jornada dupla... e tripla, quando chegamos em casa. Quando um aluno não se adapta a uma determinada turma, é prontamente transferido para outra a fim de que os objetivos pedagógicos sejam alcançados. E a professora? Tem esta mesma chance de adaptação caso necessite? Na escola particular, que não deixa de ser uma empresa, nossos gestores analisam nosso currículo, nosso perfil e decidem nossa vida pedagógica. Se formos “aprovados” para o próximo ano, muitas vezes nem sabemos para qual turma lecionaremos.
Observo excelentes professoras tolhidas da sua liberdade de ensinar em prol de um sistema educacional pautado em filosofias escritas, mas não praticadas. Um sistema de procedimentos e comportamentos moldados por critérios não esclarecidos e que, por vezes, vão ao desencontro daqueles que acreditamos. “Meninas” recém-formadas são “atiradas” em salas de Educação Infantil, porque não é fundamental ter experiência. Será? E, da noite para o dia, tornam-se “mães” de várias criancinhas (umas 15, sendo bastante otimista). É a prova de Fogo! Somos avaliadas constantemente. O quê é avaliado? Os critérios são bem definidos? O perfil da sua turma é considerado?
É assim a Professora do Século XXI: completa! Portanto, estude... estude... estude... atualize-se.
Realmente... os tempos mudaram! A educação também!
A qualidade, penso eu, não é mais certificada por ser escola pública ou particular, classes A, B ou C... Quem rege a qualidade da educação é a Equipe Pedagógica, toda a equipe, desenvolvendo um trabalho de união, de parceria, de companheirismo e, acima de tudo, de igualdade e respeito.
Professoras, não desanimem! Vocês são o coração da escola. Não um simples coração, mas um coração extremamente apaixonado! Gestores, registro aqui o meu alerta: cuidem de suas professoras porque elas estão doentes! Uma doença invisível, mas que pode matar. A doença da alma!

Texto de Soraya Lopes, pós-graduada em Educação e professora de Informática e Robótica Educacional na rede particular de ensino da cidade de São Paulo e Capacitação de Professores. Email:
prof_soraya@yahoo.com.br

FONTE:  Humana Editorial
JORNAL VIRTUAL  -Ano 8 - Nº 169 - 11/06/2010         

















domingo, 25 de julho de 2010

BOM DIA!



Que seu dia seja bem alegre e repleto das cores do arco-íris!
  Que as estrelas sorriam para você!
E que o brilho e o calor do sol se prolonguem por toda a noite.
Este é um carinho que  eu quis oferecer a alguém tão especial quanto você, 

que faz meus dias muito mais radiantes. 
E me faz lembrar de um pensamento de Tolstoi que diz:
"A vida deve e pode ser uma alegria sem limites"

Com muito amor, passei mesmo para desejar um bom dia a você!

A INVENÇÃO DO PROFESSOR




Cristovam Buarque

O Brasil descobriu, finalmente, o problema da educação. O que, até dois anos atrás, era uma nota só de um político está aos poucos se transformando na nota principal de todos. E uma boa noticia, é um enorme desafio: como sair do vício do abandono ou mesmo da avers?o para a prioridade a educação, quando o próprio conceito de educação está em mutação? Com os novos avanços, tanto científicos sobre o cérebro como tecnológicos sobre a teleinformática, os velhos sistemas de pedagogia entraram em crise. Antes que cirurgias neuroinformacionais sejam capazes de implantar chips de conhecimento no cérebro, será preciso mudar a escola e o principal desafio é inventar o professor das primeiras décadas do século XXI.

Até aqui, qualquer que fosse o método, o professor com um pedaço de giz era o instrumento de transmissão de conhecimento. Com ou sem a participação construtiva do aluno, o conhecimento era transportado na cabeça do professor e armazenado estaticamente nas prateleiras das bibliotecas. Daqui para frente, isso nãoé mais verdade: um oceano de conhecimento está no ar. O professor continua presente, mas não necessariamente ao vivo; está por trás de todo o processo e todo equipamento utilizado.

Para esse mundo novo, o professor terá que ser inventado, como o auxiliar da antena, orientador educacional, tutor do aluno-surfista no oceano do conhecimento. Seu papel será produzir saber e orientar o aluno para evitar que se perca no excesso de informações, fazê-lo ser capaz de adquirir sólida formação. Ajudar os alunos a conhecer, entender, deslumbrar-se, indignar-se e querer transformar o mundo ao redor, convivendo com ele e suas pessoas, com fortes conceitos e nenhum preconceito.

Isso vai exigir a invenção do professor, assim chamada enquanto outra palavra não surgir. Países como a Finlândia, Coreia e aqueles que já chegaram educados ao final do século XX devem conseguir essa evolução. O Brasil e outros países que abandonaram a educação aos níveis do final do século XIX vão ter de fazer uma revolução, ou ficarão definitivamente para trás, com apenas a minoria rica indo estudar em cidades estrangeiras, em outros países ou em condomínios super fechados, dentro do território geográfico do pais, mas em outro mundo cultural.

A saída está em começar imediatamente a construção de novos professores, com uma Carreira Nacional do Magistério que ofereça excelentes salários aos jovens que passarem em duros concursos, sabendo usar todos os equipamentos modernos, para ensinar em escolas bem construídas, bem equipadas, onde trabalharão em dedicação exclusiva, com tempo para estudos e reciclagem, sem necessidade de greves, sem o velho costume da falsa-aula, e com total liberdade pedagógica e metas a cumprir. Contratando 100 mil desses novos professores, poderemos incorporar 3 milhões de novos alunos por ano. Enquanto isso, os demais alunos e professores devem continuar recebendo as melhorias do Piso Salarial, Fundef, Fundeb, PDE, IDEB, aumentos de salários que melhoram o ensino do século XIX, mas não revolucionam, não elevam o potencial as necessidades do século XXI.

Temos duas alternativas: seguir nos enganando com os jeitinhos de mínusculos avanços, ou inventarmos o novo professor, para uma nova escola. O problema éque antes de inventar o novo professor, precisamos inventar uma nova politica e essa se choca com o politico como ele e hoje. Por isso, antes de inventar o novo professor, precisamos inventar outro tipo de político.

Artigo publicado na revista Profissão  Mestre - novembro de 2008

Professor da Universidade de Brasília e senador pelo PDT/DF.
Site: www.cristovam.com.br.

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