domingo, 22 de maio de 2011

O papel do coordenador no Fundamental 2 e no Ensino Médio

O papel do coordenador no Fundamental 2 e no Ensino Médio

Confira como superar os desafios do segundo segmento do Ensino Fundamental e do Ensino Médio


Professores da EMEF Amorim Lima, em São Paulo, fazem projetos que envolvem as várias áreas. Foto: Marina Piedade
Troca entre disciplinas Professores da EMEF Amorim Lima, em São Paulo, fazem projetos que envolvem as várias áreas
Imprescindível para garantir as condições de aprendizagem dos alunos, o coordenador pedagógico dos anos finais dos ensinos Fundamental e Médio tem as mesmas funções de seu colega da primeira etapa do Fundamental: coordenar o horário de trabalho coletivo, atender individualmente os professores, estudar referências teóricas para refletir sobre a prática, acompanhar a evolução das produções dos alunos e planejar o projeto político-pedagógico (PPP). Por quê, então, nos segmentos mais avançados tudo parece ser mais difícil para o formador?

Há algumas explicações. Primeiro, a estrutura curricular se transforma. Nas séries iniciais, há apenas um professor responsável por praticamente todas as aulas de uma turma e que, por causa disso, fica mais tempo na escola. Já nos anos finais, o horário se fragmenta. Cada disciplina tem um titular, geralmente cumprindo carga horária reduzida, o que dificulta a presença de toda a equipe nos encontros formativos. "Temos apenas 20 minutos no intervalo para falar com os colegas", disse uma professora de Ciências na pesquisa Anos Finais do Ensino Fundamental: Aproximando-se da Configuração Atual, realizada em 2011 pela Fundação Carlos Chagas (FCC) sob encomenda da Fundação Victor Civita (FVC), ambas em São Paulo. O desafio, aqui, é dar unidade ao PPP - e para isso é preciso garantir os horários coletivos.

O perfil dos profissionais muda nas séries mais avançadas. Os polivalentes são substituídos por especialistas e, para o coordenador, isso pode ser um problema se ele se sentir constrangido para dar orientação pedagógica a quem tem formação específica - o que, veremos mais adiante, pode ser superado com o conhecimento que ele vai procurar ter sobre as didáticas específicas.

A formação inicial é outro complicador, já que nas licenciaturas pouco se estuda sobre o perfil do aluno que será atendido. Resultado: quem leciona no 6º ano sonha em receber uma turma madura e com autonomia de estudo e acaba se decepcionando com os pré-adolescentes em processo de formação. Segundo pesquisa do Instituto Desiderata, no Rio de Janeiro, a quebra de expectativa frustra docentes e alunos (veja no quadro na página 3). No Ensino Médio, o quadro é semelhante. "Ninguém está preparado para lidar com as questões comportamentais e as dúvidas características da adolescência", afirma Beatriz Titton, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Centro Universitário Ritter dos Reis, em Porto Alegre.

Tanto para refletir sobre a prática quanto para aprender a lidar com temas recorrentes da pré-adolescência e da adolescência - como a sexualidade, os conflitos e as dúvidas sobre a carreira -, a equipe precisa do apoio da coordenação pedagógica.


Fonte: Revista Nova Escola

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