Censo de 2011 mostra que etapa de ensino segue
atendendo apenas 21% da faixa etária e instituições privadas crescem mais
Das cerca
de 11 milhões de crianças brasileiras entre zero e 3 anos de idade, apenas 2,3
milhões, ou 21%, frequentaram a escola em 2011, segundo dados finais do Censo Escolar.
Além de estar longe da meta - que é chegar a 50% de atendimento até 2020 de
acordo com o Plano Nacional de Educação em análise no Congresso – o Brasil
cresceu mais por conta das vagas abertas por creches particulares do que por
iniciativa do setor público.
Ao todo,
foram criadas 234.054 vagas novas no último ano. Destas, 117.959 são privadas e
116.095 públicas, quase todas municipais. Enquanto na educação básica o setor
público responde por 85% das vagas, entre as creches a participação cai a cada
ano e agora é de 64%.
Na
pré-escola, que também faz parte da educação infantil e atende crianças de 4 a
6 anos, houve redução de 11 mil vagas, e agora são 4.681.345. No relatório
técnico de divulgação do Censo Escolar, o Instituto Nacional de Pesquisas
Educacionais (Inep) justifica que esta queda está ligada a implantação do
ensino fundamental de 9 anos. “A diminuição da matrícula na pré-escola
correspondente a uma queda de 0,2%, pode ser atribuída ao processo de
implantação do ensino fundamental de 9 anos, que implica a matrícula de alunos
de 6 anos no ensino fundamental e não mais na pré-escola”, diz o texto.
Durante a
campanha, a presidenta Dilma Rousseff prometeu construir 6 mil creches para
diminuir a deficiência de vagas. Em setembro do ano passado, ela repetiu a
promessa e disse que as unidades seriam feitas em convênio com os municípios.
A meta de
oferecer vagas em número igual a 50% da população na faixa etária das creches
era prevista desde o primeiro Plano Nacional da Educação (PNE), que deveria ter
sido cumprido até 2011. As metas acabaram não sendo controladas por falta de
previsão de recursos financeiros e apontamento de responsabilidades entre as
esferas de governo.
O próximo
PNE, com a mesma meta, deveria ter entrado em vigor em 2011, porém está com
dois anos de atraso. O projeto de lei está na Câmara e ainda precisa passar
pelo Senado antes de ser sancionado.
Custo
previsto é insuficiente
A União
Nacional dos Dirigentes Municipais (Undime) apresentou uma pesquisa no início
deste ano e reclamou que o custo por aluno nas creches é o dobro
do que o Ministério da Educação (MEC) prevê. Como a etapa de ensino
deveria ser coberta pelos municípios, o valor repassado seria o problema para o
aumento de vagas.
FONTE: Cinthia Rodrigues, iG São Paulo |
18/04/2012
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