Modalidade requer mais cuidados e verbas para oferecer boas aulas a quem quer estudar
Estrutura precária Currículo adaptado do
Ensino Fundamental, inadequado para o
público, e professores voluntários sem
qualificação são os maiores problemas da EJA
Ensino Fundamental, inadequado para o
público, e professores voluntários sem
qualificação são os maiores problemas da EJA
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Os especialistas são unânimes em afirmar que a única forma de melhorar os indicadores é respeitar as especificidades desse público - gente que não terminou, ou nem sequer iniciou, o ensino regular. Entre os problemas apontados, estão o currículo (muitas vezes uma adaptação dos conteúdos do Ensino Fundamental), a formação inadequada dos professores, a prática de convocar voluntários (muitos sem preparo) para alfabetizar jovens e adultos e a polêmica em torno da idade mínima para matricular-se na EJA (hoje é 15 anos, há quem lute para aumentar para 18 anos, numa tentativa de forçar os mais jovens a permanecer nas redes regulares de ensino).
De um lado, a EJA passou a receber mais recursos graças ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), ainda que os valores pagos sejam os menores do sistema. De outro, há uma variedade de programas surgidos nos últimos anos, como Brasil Alfabetizado, Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) e Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que concorrem com a EJA e revelam as dificuldades de apontar um caminho eficaz para o setor.
O resultado dessa falta de consenso são altos índices de evasão: 42,7% dos 8 milhões de brasileiros que frequentaram classes de EJA até 2006 não concluíram nenhum segmento do curso, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007. E, tão preocupante quanto, a redução no total de matrículas nesse segmento: de 3,5 milhões de estudantes, em 2006, para 2,8 milhões, no ano passado, apenas no Ensino Fundamental. Mudar essa realidade é essencial para garantir que o Brasil ocupe um lugar de mais destaque no cenário internacional.
Fontes Edudata e Censo Escolar 2010
Verônica Fraidenraich (veronica.fraidenraich@abril.com.br)
Fonte: Revista Nova Escola
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