sexta-feira, 20 de julho de 2012



Todas as figuras importantes do mundo têm um dia especial, e não podia ser diferente com os amigos, afinal eles fazem parte da nossa vida. Um verdadeiro amigo não se afasta em nenhum momento, por isso nada mais justo do que reconhecer e homenagear os amigos com um dia especial.

A "amizade é um dom divino. É um dom que poucos tem. É algo sublime, perfeito, delicado. É um sentimento bom, gostoso de sentir. "Quando ganhamos um amigo, tudo parece ser mais fácil, a vida se torna mais bela e a semente do amor é frutificada, regada com muita paz, harmonia e sinceridade nos corações que tem a Deus." (Damares Nunes)


O verdadeiro Amigo é aquele que não tem rosto, tem sentimento...
Amigo é aquele que não tem raça, tem coração... Amigo é aquele que não tem preconceito e, sim, mãos estendidas... Amigo é aquele que chora sorrindo na lágrima de nossa alegria... Amigo é aquele que não tem hora pois toda hora é hora.

Feliz Dia do Amigo!



sexta-feira, 13 de julho de 2012

O desafio de transformar gasto em qualidade
Educadores divergem sobre meta de 10% do PIB, mas concordam que é preciso melhorar a gestão dos recursos disponíveis
Mariana Timóteo
Manifestação da UNE, semana passada, por melhores condições na educação. Projeto aprovado na câmara prevê dobrar investimentos no setor
Givaldo Barbosa
SÃO PAULO . Aumentar investimentos na educação pública. Ampliar vagas em creches, equiparar a remuneração de professores à de outros profissionais com diploma superior, erradicar o analfabetismo, implantar o ensino integral em 50% das escolas públicas. Essas estão entre as 20 metas a serem cumpridas num prazo de 10 anos de acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado na semana passada pela Câmara. O projeto, que ainda vai a plenário, prevê ainda um aumento considerável da parcela do PIB destinada ao setor: até 2022, 10% do total das riquezas geradas pelo país. Atualmente, o percentual é 5,1%. A perspectiva de dobrar o investimento no setor anima quem defende que isto é necessário para compensar o atraso educacional do país, mas gera também críticas de quem considera que a Câmara cedeu aos movimentos sociais de olho nas eleições. Para esses, a meta é inalcançável e o problema não é de dinheiro, mas sim de qualificação profissional e de falta de demanda social por educação de qualidade. Mesmo os defensores do plano afirmam que dobrar investimentos num setor marcado por problemas será um desafio, e que o governo precisará rever a forma como irá compor o Orçamento, que deve estar atento para que os custos não sejam repassados - em forma de impostos - à população já sobrecarregada. - Fomos os primeiros a calcular que o investimento na educação deveria ser de 10,4% do PIB, mas a sociedade precisa discutir, e pressionar, como isso será feito. Há muitos pontos ainda sem resposta, ou com respostas ruins e contraditórias - diz Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que cita como exemplo a "grande diferença" entre o que gastam a União (20%) e os estados e municípios (cerca de 30% cada) com a educação. - Desses 20% muito pouco vai para a educação de base, a maioria é para a universitária. A União precisa investir mais nas crianças e nos adultos que ainda não foram à escola. Em relação aos gastos de estados e municípios, este dinheiro precisa ser mais bem fiscalizado - completa. Priscila Cruz, do movimento Todos Pela Educação, alerta ainda para a qualidade do gasto. Os investimentos do Governo Federal com educação eram 3,9% do PIB em 2000, hoje são 5,1%. Baseada em dados colhidos do Prova Brasil e do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), a organização calcula que, atualmente, apenas 11% dos alunos saem da escola com um aprendizado considerado bom em matemática - o mesmo índice de dez anos atrás. Em português, a taxa é um pouco melhor: 28%. - Mesmo assim, é muito baixo, demonstrando que só mais dinheiro não resolve. Outra coisa é o tema da evasão escolar: quase quatro milhões de crianças estão sem frequentar a escola. É um absurdo o PNE não ter uma meta para levar a criança de volta à instituição de ensino. O país gasta dinheiro demais com repetência e evasão - diz ela. - Aumentar o investimento em educação é importante, principalmente por parte do governo federal. Também ajuda saber que, com a queda da fecundidade, a população em idade escolar está diminuindo, o que ajuda no esforço de aumentar o investimento por criança. Mas precisamos discutir o que faremos com esse dinheiro. Hoje, o Brasil não tem feito bom uso dos recursos disponíveis - afirma o diretor-executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne. Para ele, a prioridade no uso desses novos recursos que podem vir deveria ficar com a educação básica. Ele cita também como investimentos importantes o aumento da jornada escolar, especialmente em escolas que atendem alunos de baixa renda, e reformas no currículo, para que professores tenham mais clareza do que se espera que os alunos aprendam, além da melhoria da formação docente. O economista Gustavo Ioschpe diz acreditar que "com certeza" o atual orçamento atenderia às necessidades, se fosse melhor empregado. Ele lembra que 5% do PIB é igual à média empregada pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) como os europeus, a Coreia do Sul, o Japão, o Chile - que têm mais qualidade de ensino. Dobrar o investimento em educação, para ele, é totalmente irreal - e há o risco do PNE "virar letra morta". Se implementado, prejudicará ainda outras áreas da economia. - O país já sofre com um Estado paquidérmico, que consome quase 40% do PIB em impostos. Somar mais 5% a essa carga, quando o país já gasta o suficiente em educação, é uma insanidade. Se isso for cumprido, vamos perder mais dez anos lutando para realizar esse gasto, e aí talvez a sociedade perceba em 2022 o que todos os estudiosos do tema já sabem hoje: que mais dinheiro não comprará educação de qualidade. Quem dera o problema fosse tão simples - pondera o economista ( Colaborou Antônio Gois ).
Alto investimento não garante aprendizado
Estudo internacional revela que países com melhor desempenho não são os que mais gastam
Antônio Gois
O ECONOMISTA Gustavo Ioschpe lembra que gasto brasileiro com educação é igual à média dos países da OCDE
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No momento em que o Brasil planeja dar um grande salto no nível de investimento em educação, convém analisar com calma como os países com melhores resultados no Pisa (exame internacional que compara o desempenho de alunos) utilizam os recursos disponíveis para traduzir este esforço em efetivo aprendizado. Um informe publicado neste ano pela OCDE, entidade que organiza o exame, revela que altos gastos não garantem melhor qualidade do ensino. O estudo comparou o desempenho de alunos em testes de leitura em 43 países com o nível de gasto por estudante de 6 a 15 anos. O Brasil, por exemplo, aparece no levantamento com um gasto médio de 18 mil dólares por aluno (numa comparação em que já é levada em conta o custo de vida em cada país). É, por exemplo, 44% a mais do que o verificado na Turquia. Os estudantes turcos, no entanto, estão em média 52 pontos à frente dos brasileiros na escala do Pisa, o que equivale a dizer que os brasileiros estão quase dois anos atrasados em relação a eles em termos de aprendizado. Apesar do contraexemplo brasileiro, para a OCDE, há uma relação mais clara entre nível de gasto no ensino e melhores resultados no Pisa até uma faixa de 35 mil dólares (o Brasil ainda não chegou a metade disto). A partir desta linha, no entanto, há pouca relação entre maiores gastos e melhores resultados. O trabalho dá exemplos de países que chegam a investir mais de 100 mil dólares em cada um de seus alunos, caso de Luxemburgo, Noruega, Suíça e Estados Unidos. Essas nações, no entanto, não são as que apresentam melhor desempenho educacional. Coreia do Sul, Finlândia, Hong Kong e a província chinesa de Xangai gastam muito menos, mas apresentam resultados muito melhores. Que lição então esses países têm a dar às nações que almejam igualá-las em termos de desempenho? Para os autores do estudo da OCDE, há duas características em comum. A primeira delas é que há um investimento forte na qualidade do professor, em boa parte explicada pela maior atratividade dos salários dos docentes nesses países. Com isso, esses profissionais mais bem qualificados e selecionados garantem a seus alunos melhores resultados em termos de aprendizado mesmo quando dão aulas em turmas maiores. O recado, portanto, é claro: entre investir na qualidade do professor ou na diminuição do número de alunos por sala, melhor ficar com a primeira opção. A outra característica comum a todas as nações é que elas trabalham para que todas as crianças aprendam, não aceitando que nenhuma fique para trás em termos de aprendizado em relação às demais. "Países bem-sucedidos no Pisa têm altas expectativas para todos os seus alunos. Escolas e professores nesses sistemas não permitem que alunos em dificuldade fracassem. Eles não deixam que esses estudantes repitam de ano, não os transferem para outras escolas, não tentam segregá-los em outras turmas baseado em seu baixo desempenho", aponta um trecho do estudo. O trabalho, em resumo, revela que dinheiro é importante até um certo nível de gasto. A partir daí, mais importante do que quanto se gasta, é saber como se gasta.

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