domingo, 27 de novembro de 2011

Ser professor!

Eduardo Beltrão de Lucena Córdula
Professor, especialista em supervisão escolar




A educação no Brasil passa por um momento de extrema transformação. Desde os novos teóricos mundiais, com conceitos metodológicos que focalizam o lado humano e insere a pedagogia como processo científico na busca do entendimento das formas do ato de educar, transformando a criança no futuro cidadão, estamos por um lado, quebrando barreiras arcaicas do tradicionalismo que se reveste atualmente de dialógico e que persiste na bagagem metodológica de dogmáticos magísteres, e que acabarão, com o tempo, se convertendo à nova ideologia pedagógica, que vislumbra a gênese de novos paradigmas sócio-educativos em nossa nação. Porém, grandes são as dificuldades enfrentadas na educação pública, que não são previstas ou conjecturadas pela nova pedagogia, pois vivenciar tais situações é uma árdua tarefa unicamente nossa: professores/educadores do ensino fundamental básico, que, diariamente, convivemos com inúmeras adversidades ao processo de ensino-aprendizagem. Tais situações têm como gênese a comunidade, a família, o discente e a política nacional de uma maneira geral (Camêlo, entre outros, 2009).
Vemos e convivemos com situações das mais diversas ordens, indo de um simples desvio de comportamento refletido em sala de aula, por uma internalização de problemas oriundos do seio familiar ou da comunidade de origem de nosso alunado, até situações extremas de violência verbal e física exacerbada, de forma agressiva e explosiva de alguns de nossos alunos. Problemas cujas origens vão além do trabalho educacional e teriam que ter como participantes para saná-los outros setores sociais e políticos. Além disso, temos uma carência logística e humana de profissionais especialistas dentro das escolas para darem suporte às atividades docentes e, conjuntamente, buscar soluções e trabalhar com este alunado (Aranha, 2004).
Não obstante tudo o que já foi citado, temos a ausência das famílias de nossos alunos na escola, para que possam acompanhar o desenvolvimento educacional de seus(uas) filhos(as). Na realidade, muitos se omitem e, com isto, problemas que poderiam ser conjuntamente sanados passam a se repetir em um ciclo vicioso, pois só há um trabalho unilateral (pela escola) para solucioná-los. Percebemos que muitos desses familiares transferem a sua responsabilidade na educação doméstica dessas crianças para a escola, principalmente, para o(a) professor(a), cujo papel profissional não é este, porque vai muito além dos bons modos (Freire, 1997).
Nesta roda-viva da educação brasileira, cuja dedicação é formar brasileiros capazes de se engajarem na sociedade e se tornarem cidadãos comprometidos e responsáveis com o desenvolvimento da nação, contribuindo para o nosso crescimento e prosperidade, acabamos tendo que mudar a ótica do ensino para sanar problemas que nunca deveriam existir, mas programas e projetos são emanados de escalões superiores às escolas para serem desenvolvidos, baseados em estatísticas quantitativas, e o que mais nos interessa, que é o qualitativo humano, não é mensurado pelos modelos esquemáticos governamentais. Acreditam, portanto, que tais ações resolverão o déficit de aprendizagem e de qualidade na formação do indivíduo para a sociedade. Ao invés disso, o ensino da matriz curricular das séries acaba sendo desprezado para passar por um processo seletivo e se adequar ao desejo surreal de quem não vivencia nossa realidade, o que na essência não muda muito, pois a solução não está só na escola, mas em todo o sistema social e político que engrena a nossa sociedade (Fleuri, 1997).
Na ponta do processo está o(a) professor(a), mal remunerado(a), com longas jornadas de trabalho, sem o devido apoio político e social, sem valorização profissional e que vivencia todos os dias o árduo trabalho de ensinar e de educar as jovens mentes, amadurecendo-as cognitivamente, para que se tornem os cidadãos do amanhã. Apesar de tantas adversidades multifacetadas, revelamos o nosso lado não só profissional, mas também humano, de amor e de dedicação ao pleno ato de ensinar, enchendo crianças e jovens de esperanças, sonhos e preparando-as para um futuro. Mesmo com tantas barreiras e vieses que desestimulariam qualquer indivíduo, por mais competência que detenha em seu ser, mesmo assim, cansados e desestimulados, lá estaremos cuidando de nossas crianças, educando-as, escutando-as e tentando reverter o atual quadro de violência extrema e de desrespeito generalizado que toma conta de nossa sociedade globalizada, virtual e consumista (Sodre, 1998).
O primeiro passo está em compreender que cada criança possui um mundo próprio, com sua bagagem de emoções e de conhecimentos, oriunda de sua experimentação em família e em sua comunidade de origem, que claramente se refletem na escola. Temos que utilizar essa informação não para confrontar o alunado, mas para, a partir do seu mundo, transformá-lo e mostrá-lo um novo olhar sobre aquilo que ele está vivenciando, que poderá passar a ter outra conotação, um novo sentido para sua vida. Com isto, ele mesmo perceberá que caminho está tomando e mudanças acontecerão verdadeiramente (Camêlo entre outros, 2009).
Elevar a autoestima do alunado, tratando-o com respeito e dignidade, para que se sinta valorizado no processo de ensino-aprendizagem, exemplificando atitudes corteses e bons-modos que quebrantem a rígida carapaça arredia que trazem consigo e, mesmo que em alguns momentos se faça a necessidade de medidas repressivas, em virtude de comportamentos negativos extremistas, mostrar que a repreensão é necessária não como punição, mas como um momento de chamar sua atenção e de indicar que existem normas a serem seguidas, para que se mantenha o equilíbrio salutar entre todos na escola e na sala de aula e que, em nenhum momento, existirá o paradigma sentimental de raiva ou de mágoa, mas que sempre haverá a relação mútua de respeito e reciprocidade salutar entre professor(a) e aluno(a), até que todos entendam e fomentem em suas vidas a harmonia (Freire, 1990).
Alguns afirmam categoricamente que ensinar é um sacerdócio e não uma profissão. Mesmo com tantos problemas, é isto que torna a vida significativa, pois tão nobre ato de desprendimento pessoal é, em suma: ensinar, educar e cultivar vidas para que, em um futuro próximo, se tornem cidadãos com liberdade social e econômica e, neste momento altivo da vida, se lembrem de seu(ua) professor(a) da educação básica, que contribuiu para sua ascensão pessoal e profissional. E que, em retribuição, em sua jornada da vida, mudem a face da sociedade brasileira, para que valorize, prestigie e honre tão nobre profissional do magistério, como nos tempos de outrora.

BIBLIOGRAFIA

ARANHA, M. S. F. (Org.). Educação inclusiva, v. 3 – a escola. Coordenação geral SEESP/MEC. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2004.
CAMÊLO, I. A.; SILVA, J. V.; MANHÃES, E. V. S. Educar para a cidadania. In: I Seminário Regional de Educação Ambiental para o Semi-Árido Nordestino e Encontro Paraibano de Educação Ambiental, João Pessoa- PB, 2007. Anais. João Pessoa: UFPB/REAPB, 2007. CD-ROM.
FLEURI, R. M. Educar para quê? Contra o autoritarismo da relação pedagógica na escola. 9ª ed. São Paulo: Cortez, (Biblioteca de Educação, série I. Escola; v. 12 ). 1997.
FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
FREIRE, P. Professora Sim, Tia Não: cartas a quem ousa ensinar. 8ª ed. São Paulo: Olho D’Água, 1997.
SODRÉ, M. G. Consumo e globalização. In: SÃO PAULO (Estado). Educação ambiental, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo: SMA/CEAM, 1998. p. 103-106.

sábado, 26 de novembro de 2011

Escola, para quê?


Denise Vilardo
Professora

Fiquei com vergonha.
O suplemento Megazine, de O Globo, de 17/04/2007 publica uma matéria de duas páginas falando de como os indígenas estão utilizando a internet, tanto para se comunicar, divulgar sua cultura, como para aprender espanhol, por exemplo; mostrando como homens e mulheres podem se beneficiar da tecnologia dos computadores, lembrando a ideia primordial de que toda tecnologia é criada para servir ao ser humano.
Em seguida, somos nocauteados com uma reportagem que conta como alguns colégios particulares aqui da cidade do Rio de Janeiro estão preparando meninos e meninas do Ensino Fundamental para o vestibular! Com testes simulados aos sábados, para já irem treinando... Desde a quinta série!
É a instituição escolar torturando cada vez mais cedo!
O que é isso, professores???
Como é que pessoas teoricamente preparadas para lidar com crianças e jovens nas escolas conseguem defender essa ideia? O que está acontecendo? Perdemos completamente a razão? Estamos esquecidos do nosso papel de educadores? O papel da escola se resume a isso? Preparar para o vestibular? Quer dizer que o certo, que a coisa boa a se fazer é adestrar nossos jovens cada vez mais cedo?
Ou seja, ao invés de combater um sistema que é injusto, incoerente e massacrante, nós o fortalecemos, com a desculpa de que estamos preparando os jovens. Não acredito que professores comprometidos com o exercício da cidadania de seus alunos, preocupados com a formação de pessoas de bom caráter, interessados em construir conhecimento e autonomia com esses jovens concordem com esse esquema de trabalho.
Que equívoco, professores, que equívoco!
Será que nem os resultados do Enem fazem os professores perceberem que esse esquema não dá certo? O Enem pressupõe que os alunos estejam aprendendo a pensar, estejam articulando conhecimentos de áreas variadas e que saibam criar argumentos para defender suas ideias através da linguagem escrita.
A UERJ e a UFRJ – cada uma a seu modo - também esperam alunos pensantes, que escrevam com desenvoltura – e não alunos que decorem esquemas e técnicas.
E o que se faz é tentar enquadrar isso num modelito que sirva para todos, criando turmas especialmente adestradas para responder a questões supostamente pré-formatadas.
E, por favor, não me venham com a história de que estamos atendendo aos anseios dos pais ou que estamos preparando para o futuro.
Escola não é curso preparatório! Escola não é lugar para manutenção e confirmação do que não é bom. Escola não pode ser excludente.
Nós, educadores, somos responsáveis pelo debate e pelo esclarecimento pedagógico do que deve ser feito na escola. E escola é lugar de formar gente em suas potencialidades e diferenças.
Escola é lugar de compreender e aprender para o mundo que estamos vivendo agora, e não para um futuro que sequer sabemos qual será.
Escola é lugar de pensar alternativas para melhorar o que não está bom, de aprender a lutar pelo bem-estar coletivo.
Escola é lugar de formar pessoas para respeitarem-se, para serem solidárias, justas e dignas.
Escola é lugar de ampliar e produzir conhecimentos. É lugar de transformação.
E se a sociedade está do jeitinho que está, cheia de gente sabida e esperta, que só sabe “levar vantagem em tudo", é porque temos formado gerações e gerações sem nos preocupar com as transformações necessárias, preocupados que somos com a manutenção de uma coletividade perversa, que já se mostrou suficientemente incapaz de acolher os verdadeiros valores da vida humana.
Os grandes pensadores-educadores deste país, que pensaram uma escola que dignificasse o ser humano, como Paulo Freire e Darcy Ribeiro, devem estar se revirando no túmulo.
Se os colegas não considerarem nada disso como relevante, que pensem em suas vidas de estudante e lembrem-se da tortura das "semanas de provas", da angústia e da ansiedade que elas causavam e, pelo menos, reflitam sobre os motivos de estarmos até hoje reproduzindo essa situação e, pior, antecipando nas vidas de nossos alunos esses momentos doentios.
Convenhamos, isso não faz bem a ninguém.
Onde estão os educadores desta cidade? Por favor, apresentem-se, para eu não morrer de vergonha.

Educar é criar


Bianka Barbosa Penha
Editora do Dicionário de Poética e Pensamento

 

Primeiras palavras...

Apesar das tentativas de ruptura com o tradicionalismo conservador, a educação – ou, melhor dizendo, o sistema escolar do qual fazemos parte – permanece insatisfatória.
Para que possamos refletir a esse respeito, é necessário perceber de que maneira a educação é não só compreendida mas experienciada há séculos, tanto pelos componentes do corpo docente e administrativo quanto pelos alunos. É fundamental que nos lancemos nas seguintes questões: o que é educação? O que significa educar? Qual a verdadeira relação estabelecida entre professores e alunos no processo de ensino-aprendizagem? É realmente possível ensinar algo a alguém? O que entender por ensino? Ensino é apenas a transmissão e apreensão de conteúdos e regras a serem assimiladas e passíveis de aplicação? É nisso que está concentrada a tão preocupante qualidade do ensino?
Antes, porém, de aprofundarmos nossa conversa, vejamos claramente a maneira pela qual há séculos legitimamos o fazer educativo.

Cartilha do bem ensinar

Pegue seu aluno e coloque-o em uma sala. Durante quatro horas, sem interrupção, informe-o a respeito de todas as frivolidades presentes na Física, na Matemática, na Língua Portuguesa e nas demais disciplinas. A condição para que o efeito seja o esperado é que toda essa informação não signifique absolutamente nada nem para ele nem para você, professor. Permaneça assim durante doze anos, tempo básico de permanência de um aluno no ambiente escolar. Com o tempo, tomado pelo tédio e pela falta de perspectiva, o aluno estará pronto em erudição, ou seja, adequadamente modelado para fazer parte de nosso círculo social.
Sabedor de todas as diferentes formas de aniquilamento, tanto teóricas quanto práticas, ele poderá enfim nos substituir. Para tanto é necessário que nós, “educadores”, evitemos refletir a respeito de determinadas questões. Caso o façamos, sejamos bastante evasivos e nos embasemos nas técnicas retóricas utilizadas para o convencimento das massas. Assim, conseguiremos alcançar o objetivo proposto: a falência gradual do humano e, consequentemente, da sociedade, a fim de que sejamos condizentes com as exigências previstas nos códigos de ética.

Iniciando a conversa

Apesar da aparente loucura, é exatamente assim que o ambiente escolar tem sido figurado. Em meados de 1630, Comenicus já lançava tais perguntas diante da falência educacional, enraizada há mais de cem séculos anteriores ao dele. Ainda assim, passado tanto tempo e sabedores de todo o percurso pelo qual a educação vem passando, perpetuamos a falência do humano, espinha dorsal do processo de ensino-aprendizagem que fabricamos. Afirmo “fabricamos” porque a relação é exatamente essa: sujeitos que, condicionados, fabricam objetos também modeláveis e modelados para o bem da fábrica. É lamentável, mas o fato é que essa é a escola que nos forma.
Formar não é entendido aqui como uma ação que conduz para a participação crítica do indivíduo com o mundo que o cerca, mas a prática aniquiladora de coerção do pensar e do sentir de grande parte dos homens que passam, passaram ou passarão pelos bancos escolares.
O tradicionalismo conservador se alimenta atualmente da inversão do significado trazido pela Escola Nova ao proclamar erroneamente o olhar centrado no aluno. Ou seja, baseados na vontade de pais e alunos, confundimos educar com domesticar para o mercado de trabalho. Não há diálogo, mas apenas inversão do monólogo iniciado pelo tradicionalismo que pregava o umbigo do professor como o centro do universo. Como hoje os alunos passaram a ser rentáveis consumidores de saberes e a escola uma mera prestadora de serviços, o umbigo da vez é o dos alunos. E assim, contrário ao pensamento que nos convoca a perceber a importância de proporcionar o desenvolvimento crítico não só dos alunos mas de nós, professores, empreendemos a produção em série de alunos clientes, consumidores de provas, testes e trabalhos vazios de significação. A excelência do ensino, confundida com a burocratização do ato de ensinar, faz-nos acreditar que o fundamental se concentra no “crédito cultural que o aluno adquire numa disciplina identificada por uma sigla, sendo que, para fins institucionais, nenhuma diferença faz aquele que a ministra” (Alves, 1980, p. 13).
Passamos grande parte da vida estudando, seja como professores ou alunos, e na maioria dela o que aprendemos e ensinamos com alegria está fora da escola. Costumo dizer que, se antes havia os métodos clássico-tradicionais de tortura, como a palmatória ou o ajoelhar no milho, atualmente fazemos uso dos métodos tecno-pós-modernos: coleção de uma erudição informativa que, sem significação humana, joga o homem como um abutre na caverna estéril, com sombras projetadas em seu fundo, simulacros daqueles que, por se acharem livres, permanecem também ali, presos. Embebidos na ignorância, diplomada ou não, sequer damos atenção à luz que insiste em atravessá-la. Se tivéssemos a coragem de segui-la, talvez reencontrássemos o sentido original de educar.
Dessa forma, “sentido original” não pode ser entendido como mera novidade, mas como a radicalidade que nos conduz, como o próprio nome já diz, à raiz de nós e do mundo. Neste momento, alguns podem pensar: talvez as teorias evolucionistas ou as formulações biogenéticas nos ajudassem a chegar à explicação de que precisamos para alcançar a tal da origem. Proponho, no entanto, a reflexão acerca da seguinte questão: de que palavras nos alimentamos? Quais palavras damos em alimento? Pensar a palavra significa nos encaminhar para a radicalidade presente em todo e qualquer ato de educar.

Educar é ser palavra

Nesse sentido, a palavra não pode ser entendida apenas como código linguístico a ser apreendido como condição para a aceitabilidade social, pois, se for assim, devemos então assumir de uma vez por todas a parceria da ação educativa com os ditames de regimes preconceituosos, que nos impelem a utilizá-las como instrumento de segregação entre os homens. Do contrário, se atentarmos para sua etimologia, veremos que “palavra” se origina do verbo grego paraballein, a saber, lançar no entre. Isto é, a palavra é um convite para nos lançarmos no entre que somos enquanto professores, alunos e vida.
É o reaprender a falar que nos possibilitará o retorno à capacidade de ser todo ouvidos, ou seja, palavra. Assim como o educar, a palavra também é diálogo, isto é, o ético – sangue humano – presente em nós e em nossos alunos. Educar é ser palavra, e ser palavra é ser presença no mundo.
O fato de me perceber no mundo, com o mundo e com os outros me põe numa condição em face do mundo que não é a de quem nada tem a ver com ele. Afinal, minha presença no mundo não é a de quem nele se adapta, mas de quem nele se insere (Freire, 1996, p. 54).
Compreender o “ser presença no mundo” implica reconhecer que a educação é inclusiva. Nesse sentido, a inclusão remete para a singularidade constituinte de cada indivíduo, ou seja, trata-se de uma nova proposta de olhar. Ora, se a cultura possibilita o desenvolvimento e a aprendizagem do indivíduo, então é necessário que a escola esteja atenta para as diferentes culturas que a compõem. E mais do que isso: deve atentar para o fato de que o aluno é também um ser histórico, com dificuldades e conquistas próprias. Significa incluir a diferença como cerne do processo de aprendizagem, principalmente porque com ela nos abrimos para o fato de que cada aluno é único e insubstituível.
Quando um poeta seleciona uma palavra e a coloca em seu poema, não é feito de maneira aleatória. Há todo um cuidado com ela, pois diante dela ele pode ouvir suas origens. Sendo assim, ao nos colocarmos diante de um poema, não podemos desconsiderar ou generalizar uma palavra sequer, pois cada uma é única. E, diante do poema, nós, leitores, também somos convocados a ouvir a voz de nossas origens. Assim é uma sala de aula. Um grande poema convidando a lê-lo. Cada aluno-palavra é único, compondo a música de nossas origens, pois não nos esqueçamos: também um dia fomos alunos. Perceber isso é reconhecer o ético.
Compreender a aprendizagem como processo de inclusão implica uma abertura para o caráter ético da atuação educacional, pois, para além da moral, o ético é o único caminho que nos possibilita lançar esse novo olhar.
Daí a incoerência dos conteúdos educacionais dissociados da palavra. A institucionalização do ético gera a síndrome do trabalho vazio em todas as áreas. Pois o caminho afastado das experiências de quem o percorre é apenas uma proposta ilusória de tracejo, pois, em verdade, ele só pode acontecer quando nos lançarmos com ele na caminhada, quando tivermos a ousadia de ser a palavra que nos habita como pensamentos e gestos próprios e permitirmos que o nosso próximo seja conosco.
Deixemos de lado todo o otimismo pessimista ou, quem sabe, todo o pessimismo otimista que assola a educação há tempos. Pensemos com profundidade: de que vale a vida? Talvez encontremos uma “resposta” para a situação na qual nos encontramos.
Atualmente banalizada, tal questão virou tema de autoajudas que feliz ou infelizmente não conseguem alcançá-la, pois perguntar por si mesmo ou pela vida não requer uma série de aparatos psicologicamente comprovados como eficazes, mas apenas escuta. Escuta não daquilo que pensamos ser a coisa ou do que temos vontade de ouvir, mas dela mesma. Nesse sentido, afirmo que a humanidade não existe, pois se realmente existisse todos os conceitos criados para caracterizá-la seriam experienciados por todos, da mesma forma, em todas as épocas. Daí porque não haver sentido em uma educação ou sistema educacional que fundamente sua ação na adaptação para o social.
Educação não é apenas uma das áreas de atuação profissional oferecidas pela sociedade, mas o agir genuinamente criativo que a possibilita junto com todas as outras áreas. Educar é criar; sendo assim, mais do que modelarmos socialmente os alunos, o educar nos convoca para a criação da sociedade que vislumbramos, mas não temos.
Ora, é mais do que sabido que a escola é hoje um dos maiores centros de formação para a violência e a hipocrisia. Todos os anos, com empenho assustador, retiramos dos alunos a possibilidade de reversão da precariedade social em que, na maioria das vezes, se encontram. É vergonhoso e preocupante, mas parece que a escola funciona há tempos em regime de castas, onde uma não pode ter respeito com a outra, sob pena de condenação eterna. Diante disso, qual o lugar ocupado pelo humano?
Ser humano é ser junto. É necessário negar a afirmação liberticida de que “a minha liberdade acaba quando começa a do outro”. A minha liberdade acaba quando acaba a do outro; se algum humano ou humana não é livre, ninguém é livre (Cortella, 2002, p. 156).
A liberdade, abertura para o “ser livre”, implica viver de i-mediato aquilo que se ensina e se aprende. Ou seja, experienciar sem o auxílio de mediações o que se é. A isso damos o nome de disciplina, a saber, o compromisso de ser. Nesse sentido, o professor não pode ser visto como apenas um mediador ou facilitador da aprendizagem, mas antes um complicador. Educar não é saber dar as respostas certas, mas convocar para o interior das questões, reaprendendo a desaprender (cf. Pessoa, 2007, p. 64). Sair dos paradigmas e das conceituações prévias que nos fazem perder tempo com explicações repletas de desamor a respeito do homem, do mundo e da vida.
A ilusão do professor é realmente acreditar que o aluno é uma tela em branco, na qual ele, o grande artista, fará a sua mais notável obra. Ora, o que ocorre é justamente o contrário e independe da vontade triunfante de um sujeito ou de um objeto. Pois, em verdade, se fosse assim, todos os que passam anos em cursos de pintura se tornariam exímios pintores. Não há fórmula nem cartilha. O que possibilita a obra é o saber ver que conduz a mão do pintor para longe de onde ele gostaria de ir. É o saber ouvir o canto da Musa, útero do mundo, que o conduz ao primeiro momento do que já não lembramos mais. Ser educador é estar constantemente lançado em uma tela misteriosa e nevoada, onde, em seu interior branco, concentra todas as cores. O segredo está em termos a sabedoria de distingui-las, ou seja, coparticipar do processo de iridescimento a que cada um está convocado.

Educar é criar...

E não se limita aos muros e grades escolares. Criar é deixar ser aquilo que se é no vigor do desconhecido. É reconhecer na autocriação um caminho possível. Criar é estar sendo aluno com o aluno. É compreender que a construção é mútua, recíproca, mas indefinível. É ousar ir na contracorrente do social do qual fazemos parte, ainda que não saibamos aonde iremos chegar.
Criar é fazer acontecer as palavras e os números em nosso corpo. É sermos capazes de ver a cor das cores, sem atribuições adjetivas ou conceituações prévias. É pensintir que somos as palavras, os números e as cores do mundo junto com outras palavras, números e cores. É ter coragem de admitir que o mundo não é nosso, e muito menos a vida, mas que a partir deles somos possibilidade para a possibilidade (Fogel, 2009, p. 41).
Criar é gestar no sentido materno do termo. É deixar brotar e florescer de si para si. É acontecer como gesto – leite – alimento da, na e para a vida. Criar é educar o homem para o humano e o humano para o real. “Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade” (Lispector, 1998, p. 21). Realidade é criação, algo que, por mais que teorizemos, jamais conseguiremos explicar. Realidade é a semente na terra e seu destino. É a emoção de ser criação com a criação. Realidade é a exatidão do que não podemos objetivar. Realidade é criar e educar, tessitura dançante de água, ar, fogo e terra... Vida que não vemos a olhos nus.
Educar para o real ou sua realidade significa, então, convocar para o confluir. Irromper com o mundo que somos desde o útero, atentos, contudo, às categorizações e aos modelos, os quais tenderemos a seguir. Com isso, educar para o real não significa empreender uma revolução a fim de transformar o social que já se tem, mas regar as sementes que ainda estão por vir. É saber re-conhecer que
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E a outra a tudo o que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver
[...] gozando o nosso segredo comum
Que é o de saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena (Pessoa, 2007, p. 48-9).
Sendo assim, educar é uma iniciação ao mistério. De mãos dadas, educadores e educandos caminham entre as flores do conhecimento. Os dedos apontados são a acontecência do mundo no exato momento em que o vemos. É preciso, contudo, estar atento, pois em cada uma das flores há serpentes que, ao picar, liberam o veneno do “conhecimento absoluto”, que nos condiciona a ver o mundo sempre da mesma maneira. Tal veneno nos enfraquece a capacidade de pensar e sentir e nos faz acreditar nas abstrações simbólicas que tentam representar, a saber, substituir a vida com suas falsas ideias. Assim, o conhecer que poderia ser um belo caminho rumo à sabedoria transforma-se num “nunca ter visto pela primeira vez, e nunca ter visto pela primeira vez é só ter ouvido contar” (Pessoa, 2007, p. 105).
A sala de aula é como uma sala de cirurgia. Ora acontecem partos, ora transplantes, ora desobstrução dos vasos sanguíneos... A diferença consiste na morte. Quando um médico perde um paciente por algum motivo, não há retorno, e o que se presencia é a falência do corpo, que culmina na irreversibilidade da morte que o “retira” da vida. Na sala de aula, os procedimentos realizados de forma errada – na maioria das vezes oriunda da falta de compromisso com o fazer educativo, que não se restringe apenas à atuação docente – induzem os educandos ao que chamo de “coma existencial” ou “viver póstumo”.
Atualmente a sociedade está repleta de pessoas vivendo assim. É como se suas vidas não fizessem sentido e o que realmente desejam ficasse abafado pelas mãos que os modelam feito massa, a fim de transformá-las nos simulacros das vidas que já se foram. Esse quadro justifica a falta de interesse de alunos e professores pela escola. É desesperador passar horas de nossos dias falando e ouvindo coisas que não nos fazem sentido algum.
Criar é educar para e na cidadania, e isso não significa domesticar para a decodificação adequada de letras, números ou segredos das provas de vestibulares, mas orientarmo-nos, educadores e educandos, na leitura de nossas vidas. Cidadania não deveria ser associada à obrigatoriedade de voto, por exemplo, mas à oportunidade e à liberdade de percebermos criticamente o que somos ou podemos ser e nossa posição em face do mundo.
Educar e criar é saber reconhecer que cada um de nós, educadores e educandos, somos uma nota musical, uma palavra em poesia, gotas de chuva no oceano. Sendo assim, cabe a cada um de nós pensar muito bem na música, na poesia e no oceano que pretendemos compor, tecer e mergulhar no decorrer de nossas vidas.

Referências bibliográficas:

ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1980.
CORTELLA, M. S. Conhecimento escolar: epistemologia e política. In: CORTELLA, M. S. A escola e o conhecimento. São Paulo: Cortez, 2002.
FOGEL, Gilvan. Notas sobre o corpo. In: CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Arte: corpo, mundo e Terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 2008.
PESSOA, Fernando. Poemas de Alberto Caeiro: obra poética II. Porto Alegre: L&PM, 2007.
Publicado em 06 de julho de 2010

A linguagem da animação na sala de aula


Gabriel Cruz
Designer e Cineasta de Animação


 O uso da linguagem audiovisual em sala de aula é uma das mais conhecidas maneiras de ajudar o aluno a aprender um determinado conteúdo: vídeos de experimentos, documentários sobre a vida selvagem, filmes com temas relacionados a cidadania ou valores que servem de referência a formação crítica do aluno, entre outros.
Mas e essa linguagem audiovisual chamada Animação? Como ela pode colaborar para o aprendizado?
É no fascínio dessa arte que desenhos sendo exibidos sequencialmente vão gerando a chamada ilusão da vida. E, por se tratar de sequências de imagens criadas (e não fotografadas), qualquer coisa poderá ser representada e colocada tanto na pequena tela de TV quando na grande tela do cinema.
Assim, podemos notar ângulos praticamente inexistentes, animais que falam e até mesmo seres inanimados que ganham vida.
Da mesma forma, é possível dar vida a elementos abstratos, comuns a tantas disciplinas, e animá-los de forma que fique mais fácil ao aluno o entendimento de um conteúdo. Um exemplo disso é a animação a seguir, que aborda os temas nomenclatura e modelos de representação de moléculas, para Química.

Muito além de uma lousa animada

Não basta, para a linguagem da animação, servir de mera ilustração de um determinado conteúdo. É necessário algo mais, que seja capaz de atrair a atenção do aluno. Para dar potencial ao conteúdo visual animado, podemos utilizar as palavras do mestre dos quadrinhos Will Eisner:
É mais fácil ensinar um processo quando ele está envolto numa “embalagem” interessante (...), uma história, por exemplo. Quando demonstraram a capacidade de organizar elementos técnicos numa ordem disciplinada, os quadrinhos encontraram uma clientela pronta.
Da mesma forma que os quadrinhos, a criação de uma história como embalagem para um determinado conteúdo na animação chama mais ainda a atenção do aluno, pois, além de tornar o conteúdo menos abstrato, o aluno pode se relacionar afetivamente com a personagem de uma história.
Um exemplo é o curta animado The Dot and the Line: A Romance in Lower Mathematics, dirigido por Chuck Jones em 1965. Baseado no livro homônimo de Norton Juster, o curta conta a história de uma reta que se apaixona por um ponto, mas para que ela consiga conquistá-lo ela precisa aprender a se expressar. Com isso ela cria curvas e ângulos. Vários elementos das disciplinas de Matemática são abordados no filme, enquanto o espectador fica torcendo pela reta apaixonada.
Falando em Matemática, outro exemplo é o média-metragem Donald in Mathmagic Land (conhecido por aqui como Donald no país da Matemágica), em que a famosa personagem de Walt Disney se depara com um mundo gigantesco, cheio de elementos ligados à Matemática, principalmente à Geometria. Aliás, não é raro o uso dessa produção nas aulas de Desenho Geométrico.
A criação de uma história possibilita que um determinado elemento, além de se tornar concreto, ganhe personalidade. E, dependendo de como for abordado, gera no espectador afeição em relação à personagem, facilitando a absorção de um determinado conteúdo escondido nas entrelinhas (ou “entrequadros”) de uma narrativa.

De expectadores a produtores

Para que uma animação seja produzida, é necessária antes toda uma série de pesquisas, desde como fazer um determinado movimento até todos os elementos que envolvem o conteúdo daquela trama (elementos de época, conhecimentos específicos de uma determinada personagem que possui alguma profissão, comportamentos etc.).
Por isso, propor ao aluno uma atividade assim incentiva-o a pesquisar mais sobre um determinado conteúdo para transformá-lo numa produção animada. Afinal de contas, melhor que assistir a um bom filme de animação é fazer parte da produção dele.
Algumas iniciativas no Rio de Janeiro têm tido esse objetivo de fomentar no aluno o desejo tanto pela pesquisa de um determinado assunto quanto dar a ele uma perspectiva em relação à profissão de animador no futuro.

Juro que vi: Os alunos contam a história e os animadores dão vida a ela.


Cartaz do filme O Boto da MultiRio
Uma delas é a série Juro que vi da MultiRio, produtora de material de educação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. A série conta com vários episódios com personagens ligadas ao folclore brasileiro.
Os alunos da rede pública municipal criam as histórias orientadas por seus professores e a equipe de animação. Depois se reúnem e recontam essas histórias em oficinas dadas pela própria MultiRio. E aí a equipe de animação entra para transformar todas aquelas histórias em linguagem animada de altíssima qualidade.
A série já conta com os curtas O Curupira, O Boto, Iara, Matinta Pereira e a mais recente produção O Saci e já recebeu várias premiações nacionais e internacionais.

Anima Escola: tornando a sala de aula mais animada

Em outra iniciativa, os alunos e professores colocam a mão na massa e produzem pra valer. Trata-se do Anima Escola. Projeto criado pelo festival Anima Mundi para atender às escolas interessadas em tornar as aulas mais animadas.
O projeto tem, entre outros objetivos, demonstrar o potencial educacional do cinema de animação, incentivar seu uso como instrumento didático e inverter o papel, antes apenas passivo, das crianças diante dos filmes de animação.
A proposta do projeto é a capacitação do professor tanto no conhecimento quanto no uso de equipamentos para a produção e orientação das animações dos alunos na sala de aula. Para isso o programa conta com cinco módulos (que podem ser flexibilizados, dependendo da necessidade da escola ou do professor).
Segundo Luciane Chio, que trabalha no projeto há quatro anos, o Anima Escola tem possibilitado que alunos da periferia do Rio, antes sem nenhuma perspectiva de vida, aumentem seus horizontes (tanto psicológicos quanto geográficos), se interessem pelas atividades da escola e pelos estudos, sem falar em casos de inclusão social, como numa experiência no hospital psiquiátrico Nilse de Silveira, onde um aluno com autismo conseguiu, através da linguagem da animação, se expressar melhor para os outros enfermos e para os médicos.
Para o professor, além de gerar uma nova ferramenta pedagógica, o projeto ajuda a quebrar a barreira entre ele e o aluno, aproximando-os, já que ambos trabalham como criadores da obra. O resultado é um trabalho que pode ser utilizado como material didático que fica à disposição das escolas para uso tanto em sala de aula quanto como apoio didático.
Para levar o projeto à sua escola, basta entrar em contato com o Anima Escola pelo site oficial (http://www.animamundi.com.br/esc_home.asp).
Lá você também pode conferir alguns trabalhos de alunos no Mural Animado.
Com tantas iniciativas, alunos e professores não só aprendem mais como se tornam protagonistas de suas obras, criando um conteúdo didático mais concreto e mais instigante.

Referências bibliográficas

EISNER, Will. Narrativas gráficas princípios e práticas da lenda dos quadrinhos. 2ª edição revisada e ampliada. São Paulo: Devir Editora, 2005.
Publicado em 18 de agosto de 2009

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Fique por dentro

Secretaria de Estado de Educação promoverá a 5ª edição do Salão do Livro



 


09/11/11

Por Gabrielli Damazio - Seeduc/RJ

Crédito da foto: Cris Torres - Seeduc/RJ

As escolas terão mais uma oportunidade para adquirir títulos com desconto

Entre os dias 01 e 03 de dezembro, será realizado o 5º Salão do Livro das Escolas Estaduais, promovido pela Secretaria de Estado de Educação, no Centro de Convenções Sul América, no Centro do Rio. Neste ano, serão 124 estandes, com 206 selos editorias montados para atender as unidades escolares, que irão receber uma verba especial de R$ 8 milhões para uso exclusivo nos três dias de evento.

Os títulos expostos serão vendidos com descontos de 30% sobre o preço de capa (catálogo). Além disso, o público - formado por coordenadores, diretores, professores e alunos - poderá participar de diversas apresentações e atividades culturais.

O Salão do Livro visa desenvolver o gosto pela literatura dos alunos e dar suporte à formação docente e ao trabalho pedagógico, estimulando ações promotoras de leitura desenvolvidas por todos os membros das unidades. Desde a inauguração da primeira edição do evento, em dezembro de 2007, os 1.457 colégios estaduais têm a oportunidade também de “abastecer” as prateleiras de suas bibliotecas com clássicos da literatura.

O Centro de Convenções Sul América fica na Av. Paulo de Frontin, esquina com Av. Presidente Vargas, no Estácio, Zona Norte do Rio de Janeiro. O espaço estará aberto das 9h às 18h e a programação é exclusiva para a rede pública estadual.

Secretaria pagará gratificação de Difícil Provimento a partir de 2012







21/11/11

Professores que trabalharem em áreas que receberem essa classificação receberão bonificação de R$ 300

A partir do início de 2012 , a Secretaria de Estado de Educação passará a pagar uma gratificação de Difícil Provimento, no valor de R$ 300, para os professores que trabalharem em áreas que receberem essa classificação. Os docentes que trabalharem em áreas consideradas de Difícil Acesso também receberão o adicional de R$ 300, além dos R$ 110 que já recebem atualmente.

No total, 238 escolas receberão essa gratificação (144 por serem consideradas de Difícil Acesso e 94 por serem de Difícil Provimento), e cerca de 5 mil professores serão beneficiados.

Além disso, como parte de sua política de valorização dos servidores do magistério, a Seeduc concedeu reajuste de R$ 500 na gratificação de encargos especiais (GEEs) para os 1.613 diretores-adjuntos da rede, com validade a contar de 1º de novembro. Essa bonificação será paga até o final do ano.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Seeduc

Processo seletivo para Coordenador Pedagógico - SEEDUC/RJ


Atenção servidores formados em Pedagogia!

Atenção servidores formados em Pedagogia!

Processo seletivo para Coordenador Pedagógico: 

Inscrições de 21 a 27 de novembro de 2011

Inscrições começaram nesta segunda-feira e vão até o próximo domingo (27/11)

A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) abriu, nesta segunda-feira (21/11), seleção interna para o cargo de Coordenador Pedagógico. No total, são 1.454 vagas para as diferentes diretorias regionais e com jornada de trabalho de 40 horas semanais. Os selecionados receberão R$ 700 de gratificação para assumir a função.

A seleção será feita em quatro etapas: prova objetiva de conhecimentos específicos, avaliação de perfil, análise de currículo e experiência profissional, e programa de Formação.

Para participar, o candidato deverá ter Ensino Superior completo em Pedagogia; ser servidor ativo da carreira do magistério da Secretaria de Estado de Educação há, no mínimo, três anos; ter atuado, no mínimo, cinco anos em funções efetivas em unidade escolar ou na sede da Secretaria; e não estar respondendo ou ter sido apenado em processo de inquérito administrativo disciplinar instaurado até o dia anterior à data da designação para a função.

As inscrições devem ser feitas no site da Fundação CEPERJ até as 12h do dia 27 de novembro.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Seeduc

A Secretaria de Estado de Educação está com inscrições abertas do processo de seleção interna para Coordenador Pedagógico. São 1.454 vagas para as diferentes diretorias regionais e com jornada de trabalho de 40 horas semanais.
A seleção será feita em quatro etapas: prova objetiva de conhecimentos específicos, avaliação de perfil, análise de currículo e experiência profissional, e programa de Formação.

Para participar, o candidato deverá preencher os seguintes requisitos:

• Ter conhecimento do Edital

• Ter Ensino Superior completo em Pedagogia;

• Ser servidor ativo da carreira do magistério da Secretaria de Estado de Educação há, no mínimo, três anos;

• Ter atuado, no mínimo, cinco anos em funções efetivas em unidade escolar ou na sede da Secretaria;

• Não estar respondendo ou ter sido apenado em processo de inquérito administrativo disciplinar instaurado até o dia anterior à data da designação para a função;

• Não serão considerados os períodos de afastamento não remunerado.

A inscrição será feita no site da Fundação CEPERJ (www.ceperj.rj.gov.br) a partir das 10h dia 21 até as 12h do dia 27 de novembro.

A listagem dos candidatos classificados na primeira etapa do processo seletivo será divulgada no site da CEPERJ (www.ceperj.rj.gov.br) e da Seeduc (www.rj.gov.br/seeduc) e eles deverão imprimir o Cartão de Confirmação de Inscrição – CCI.

Amigos sao cores...

domingo, 6 de novembro de 2011

OS DIREITOS DA CRIANÇA




Crianças: Deveres e Direitos

Toquinho

Crianças: iguais são seus deveres e direitos.
Crianças: viver sem preconceito é bem melhor.
Crianças: a infância não demora, logo, logo vai passar,
Vamos todos juntos brincar.
Meninos e meninas,
Não olhem religião nem raça.
Chamem quem não tem mamãe,
Que o papai tá lá no céu,
E os que dormem lá na praça.

Meninos e meninas,
Não olhem religião nem cor.
Chamem os filhos do bombeiro,
Os dois gêmeos do padeiro
E a filhinha do doutor.

Meninos e meninas,
O futuro ninguém adivinha.
Chamem quem não tem ninguém,
Pois criança é também
O menino trombadinha.

Meninos e meninas,
Não olhem cor nem religião.
Bons amigos valem ouro,
A amizade é um tesouro
Guardado no coração.


Composição: Toquinho / Elifas Andreatto

A superação da didática tradicional



O avanço tecnológico possibilita ao aluno o acesso a uma complexidade de informações já prontas no que se refere aos conteúdos disciplinares. Esse fato implica também no desestímulo quanto à leitura e à pesquisa em outras fontes bibliográficas que não sejam ligadas ao contexto virtual.

Assim sendo, a figura do professor já não é tão idealizada quando comparada a outros tempos, pois a busca por novos conhecimentos muitas vezes se resume em apenas um toque e pronto! Já está saciado todo o anseio, e talvez a aprendizagem se realize em um ambiente que atenda melhor as expectativas, diferente da sala de aula.

Diante disso, a tarefa do educador em buscar novas alternativas para a efetiva aplicação de sua didática tornou-se uma constante. É preciso que haja um relacionamento fraterno, contudo, sem perder o total domínio do sentimento de autoridade.

Dentre essas alternativas figuram-se o uso dos recursos tecnológicos para a aplicação de conteúdos, pois é uma maneira de tornar as aulas mais dinâmicas, interativas e versáteis.

É como se o educador se dispusesse a “mergulhar” no universo do aluno, fazendo com que o mesmo se tornasse um sujeito ativo de seu próprio conhecimento, como é o caso de proporcionar uma aula no laboratório de informática em substituição ao método da aula expositiva e dialogada.

Mediante esses propósitos instaura-se um termo que é de fundamental importância - “o despertar do interesse por parte do aluno”. De posse deste recurso, toda e qualquer atividade didática terá um fim em si mesma - o ensino X aprendizagem realizado de maneira satisfatória.

No que se refere às aulas de Língua Portuguesa, é extremamente proveitoso trabalhar os diferentes gêneros textuais, como, por exemplo, instigando os educandos a criarem seu próprio blog, podendo assim compartilhar informações com outros estudantes.

Criar e revisar textos no próprio editor, tal procedimento permite refazer/acrescentar algo que achar conveniente, sem ter que partir para uma reescrita propriamente dita.

Proporcionar momentos para que os alunos tenham a oportunidade de elaborar trabalhados possivelmente sugeridos, utilizando, usufruindo das ferramentas oferecidas pelos programas, no caso o Power Point.

Recursos como estes diversificam a prática pedagógica, promovendo uma efetiva interação dentro do contexto escolar, contribuindo, portanto, para a eficácia dos resultados pretendidos.

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Sugestões Pais e Professores - Educador - Brasil Escola
O avanço tecnológico possibilita ao aluno o acesso a uma complexidade de informações já prontas no que se refere aos conteúdos disciplinares. Esse fato implica também no desestímulo quanto à leitura e à pesquisa em outras fontes bibliográficas que não sejam ligadas ao contexto virtual.

Assim sendo, a figura do professor já não é tão idealizada quando comparada a outros tempos, pois a busca por novos conhecimentos muitas vezes se resume em apenas um toque e pronto! Já está saciado todo o anseio, e talvez a aprendizagem se realize em um ambiente que atenda melhor as expectativas, diferente da sala de aula.

Diante disso, a tarefa do educador em buscar novas alternativas para a efetiva aplicação de sua didática tornou-se uma constante. É preciso que haja um relacionamento fraterno, contudo, sem perder o total domínio do sentimento de autoridade.

Dentre essas alternativas figuram-se o uso dos recursos tecnológicos para a aplicação de conteúdos, pois é uma maneira de tornar as aulas mais dinâmicas, interativas e versáteis.

É como se o educador se dispusesse a “mergulhar” no universo do aluno, fazendo com que o mesmo se tornasse um sujeito ativo de seu próprio conhecimento, como é o caso de proporcionar uma aula no laboratório de informática em substituição ao método da aula expositiva e dialogada.

Mediante esses propósitos instaura-se um termo que é de fundamental importância - “o despertar do interesse por parte do aluno”. De posse deste recurso, toda e qualquer atividade didática terá um fim em si mesma - o ensino X aprendizagem realizado de maneira satisfatória.

No que se refere às aulas de Língua Portuguesa, é extremamente proveitoso trabalhar os diferentes gêneros textuais, como, por exemplo, instigando os educandos a criarem seu próprio blog, podendo assim compartilhar informações com outros estudantes.

Criar e revisar textos no próprio editor, tal procedimento permite refazer/acrescentar algo que achar conveniente, sem ter que partir para uma reescrita propriamente dita.

Proporcionar momentos para que os alunos tenham a oportunidade de elaborar trabalhados possivelmente sugeridos, utilizando, usufruindo das ferramentas oferecidas pelos programas, no caso o Power Point.

Recursos como estes diversificam a prática pedagógica, promovendo uma efetiva interação dentro do contexto escolar, contribuindo, portanto, para a eficácia dos resultados pretendidos.

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Sugestões Pais e Professores - Educador - Brasil Escola

COMO APRENDER MOVIE MAKER


sábado, 5 de novembro de 2011

Brinquedos Pedagógicos: Um importante ato do brincar





http://www.youtube.com/watch?v=VYrY5up-3XM

1. Brinquedos Pedagógicos:

Esse vídeo mostra a importância dos brinquedos pedagógicos na infância.
Aluna: Maria Lucia Galiano Nogueira

O que é o projeto político-pedagógico (PPP)

O PPP define a identidade da escola e indica caminhos para ensinar com qualidade. Saiba como elaborar esse documento


Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado projeto político-pedagógico - o famoso PPP. Se você prestar atenção, as próprias palavras que compõem o nome do documento dizem muito sobre ele:

- É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.

- É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.

- É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.

Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele que indica a direção a seguir não apenas para gestores e professores mas também funcionários, alunos e famílias. Ele precisa ser completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos. Por isso, dizem os especialistas, a sua elaboração precisa contemplar os seguintes tópicos:

- Missão
- Clientela
- Dados sobre a aprendizagem
- Relação com as famílias
- Recursos
- Diretrizes pedagógicas
- Plano de ação


Por ter tantas informações relevantes, o PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação que você e todos os membros das equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão. Portanto, se o projeto de sua escola está engavetado, desatualizado ou inacabado, é hora de mobilizar esforços para resgatá-lo e repensá-lo (leia as dicas práticas). "O PPP se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de parâmetro para discutir referências, experiências e ações de curto, médio e longo prazos", diz Paulo Roberto Padilha, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo.
Compartilhar a elaboração é essencial para uma gestão democrática
Infelizmente, muitos gestores veem o PPP como uma mera formalidade a ser cumprida por exigência legal - no caso, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996. Essa é uma das razões pelas quais ainda há quem prepare o documento às pressas, sem fazer as pesquisas essenciais para retratar as reais necessidades da escola, ou simplesmente copie um modelo pronto (leia os erros mais comuns).

Na última Conferência Nacional de Educação (Conae), realizada no primeiro semestre deste ano, o projeto políticopedagógico foi um dos temas em destaque. Os debatedores lembraram e reforçaram a ideia de que sua existência é um dos pilares mais fortes na construção de uma gestão democrática. "Por meio dele, o gestor reconhece e concretiza a participação de todos na definição de metas e na implementação de ações. Além disso, a equipe assume a responsabilidade de cumprir os combinados e estar aberta a cobranças", aponta Maria Márcia Sigrist Malavasi, coordenadora do curso de Pedagogia e pesquisadora do Laboratório de Observação e Estudos Descritivos da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (Loed/Unicamp).

Envolver a comunidade nesse trabalho e compartilhar a responsabilidade de definir os rumos da escola é um desafio e tanto. Mas o esforço compensa: com um PPP bem estruturado, a escola ganha uma identidade clara, e a equipe, segurança para tomar decisões. "Mesmo que no começo do processo de discussão poucos participem com opiniões e sugestões, o gestor não deve desanimar. Os primeiros participantes podem agir como multiplicadores e, assim, conquistar mais colaboradores para as próximas revisões do PPP", afirma Celso dos Santos Vasconcellos, educador e responsável pelo Libertad - Centro de Pesquisa, Formação e Assessoria Pedagógica, em São Paulo.

Os erros mais comuns Alguns descuidos no processo de elaboração do projeto político-pedagógico podem prejudicar sua eficácia e devem ser evitados:

- Comprar modelos prontos ou encomendar o PPP a consultores externos. "Se a própria comunidade escolar não participa da preparação do documento, não cria a ideia de pertencimento", diz Paulo Padilha, do Instituto Paulo Freire.

- Com o passar dos anos, revisitar o arquivo somente para enviá-lo à Secretaria de Educação sem analisar com profundidade as mudanças pelas quais a escola passou e as novas necessidades dos alunos.

- Deixar o PPP guardado em gavetas e em arquivos de computador. Ele deve ser acessível a todos.

- Ignorar os conflitos de ideias que surgem durante os debates. Eles devem ser considerados, e as decisões, votadas democraticamente.

- Confundir o PPP com relatórios de projetos institucionais - portfólios devem constar no documento, mas são apenas uma parte dele.



Publicado em NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR
Edição 011, Dezembro 2010/Janeiro 2011, Título original: PPP na prática

10 dúvidas sobre o relacionamento entre coordenador pedagógico e professor


Quando o coordenador assume o posto, logo percebe que é difícil lidar com as pessoas, respeitar as diferentes opiniões e sugerir mudanças sem ser autoritário. Pedimos aos internautas que enviassem suas questões sobre a parceria de coordenadores e, para ajudar a resolvê-las, ouvimos consultores especialistas no assunto



 Ilustração: Fabrícia Batista


1 Como posso legitimar meu papel de formador junto aos professores? Afinal, até há pouco tempo, eu estava em sala de aula como eles.

Durante anos, você cuidou somente da sua sala de aula, tentando resolver os problemas de aprendizagem da turma e procurando a melhor maneira de ensinar. Mas aí surgiram um concurso, uma seleção interna da Secretaria de Educação para o cargo de coordenador pedagógico ou você foi convidado para liderar a equipe docente. Você, claro, aceitou o convite ou se inscreveu no processo de seleção.
Em uma posição hierarquicamente superior, logo percebe como é complicado lidar com a equipe, aprender a ouvir para compreender os problemas, respeitar os pontos de vista diferentes nas reuniões, usar as diversas opiniões para chegar a um consenso, mediar conflitos sem ferir suscetibilidades, liderar sem ser arrogante e sugerir mudanças sem ser autoritário.

A pesquisa O Coordenador Pedagógico e A Formação de Professores: Intenções, Tensões e Contradições mostra que dúvidas sobre como lidar com a equipe são comuns e 20% dos entrevistados apontam questões de gestão como um dos principais problemas enfrentados no dia a dia.

No entanto, são os seus conhecimentos didáticos que vão fazer com que a equipe o aceite como o parceiro mais experiente, do qual vai receber orientações e no qual pode confiar. Para isso, é urgente ir atrás desses saberes e se preparar para o cargo. É possível requisitar formação específica junto à Secretaria de Educação e procurar leituras que ampliem o seu universo nas didáticas de todas as áreas do conhecimento.



 FONTE:
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/10-duvidas-relacionamento-coordenador-pedagogico-professor-634882.shtml

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