segunda-feira, 28 de março de 2011

 Aprovar ou reprovar, eis a questão!




O que nos faz aprender é a aprovação, a reprovação ou a educação de qualidade? A aprovação automática, praticada nas escolas paulistas, em face do baixo rendimento dos alunos, agora está em vias de revisão. Em lugar dela a proposta é a de reprovar no terceiro, quinto e nono anos do ensino fundamental, caso isso seja necessário. A cada ano, sete milhões de estudantes brasileiros são reprovados, segundo o Relatório de Monitoramento da Educação para Todos, de 2010, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).


     Mas, se é verdade que a repetência traz problemas para a nação brasileira, uma vez que exclui por forçar a evasão, por outro lado, não é seguro que a aprovação automática previna contra esses problemas. Além disso, o argumento de que a repetência onera o erário com custos repetidos com o mesmo estudante também não justifica a aprovação automática: gasto com educação não é custo, mas, sim, investimento – e investimento da cidadania nela mesma, diga-se de passagem.
     O debate sobre esse assunto me parece pecar por não ser desenvolvido sob a perspectiva ideológica. Quando muito, ele tem sido proposto sob a luz da economia. E pronto.
     Nessa perspectiva, o que pode garantir o aprendizado significativo são as medidas político-educacionais combinadas com decisões pedagógicas em sala de aula. O estudante tem de contar com condições de acesso e permanência dignas na escola, já que, para isso, recolhe uma infinidade cotidiana de impostos – bom lembrar que a escola pública é socialmente mantida.
     A par do acesso e permanência dignos, os professores precisam ser melhor preparados, teórica, metodológica, ética e salarialmente para o exercício do magistério, sob pena de não terem ferramentas para perceberem quando o aluno em sala precisa da intervenção pedagógica adequada e de qualidade.
     É por isso que a aprovação automática pode significar exclusão ao jogar para o mercado o serviço sujo de não incluir socialmente os brasileiros, nas esferas produtivas e de apropriação de bens materiais, sociais e culturais – uma olhada no setor de recrutamento e seleção para o ingresso no tal mercado de trabalho, para ficar apenas numa dimensão dessa inclusão, evidencia sobejamente como essa exclusão se efetiva.
     Ideologicamente, pois, o ato de aprovar, em si mesmo, não garante aprendizado. O meio indicado é a educação de qualidade e o apoio educativo preciso e qualificado ao estudante naquilo que ele precisar para compreender um conteúdo e poder usá-lo significativamente em sua vida cotidiana.
     Mas isso, segundo os liberais, “custa”. E custo é tudo o que os adeptos da economia de mercado tentam evitar, confundindo bem comum administrado pelo Estado com empreendimento privado.
     Deve ser por isso que os liberais de todas as cores fogem do debate sobre as questões ideológicas que atravancam a melhoria da educação escolar do nosso País: eles não querem dar o braço a torcer ao terem que admitir o manejo ideológico com que operam os assuntos educacionais.
     

Texto de Wilson Correia – professor adjunto de Filosofia da Educação, no Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – enviado ao Jornal Virtual.
E-mail: wilfc2002@yahoo.com.br

domingo, 20 de março de 2011




  

Primeiramente precisamos compreender a seguinte pergunta:

O que são projetos?

São inúmeras as atividades humanas nas quais, atualmente, a idéia de projetos está colocada como uma nova forma de organizar e realizar as atividades profissionais.

Profissionais dotados de maior autonomia para tomar decisões, valorização do trabalho em grupo, desenvolvimento de vínculos de solidariedade e aprendizado constante são algumas das características incentivadas pela realização de projetos de trabalho. Em uma equipe que trabalha com vistas a realizar um projeto, são mais importantes a solidariedade e o cuidado com a contribuição de cada um para o todo, do que os níveis hierárquicos. A questão não é quem manda em quem, mas se o projeto está se tornando realidade.


Entendendo a idéia de projeto...

A palavra projeto tem sido muito utilizada em várias áreas de atuação profissional. Nas escolas, falar em projeto pedagógico já se tornou moda há algum tempo. Mas, afinal, o que é um projeto? Qual das afirmações a seguir você acha mais correta?

Projeto é intenção, pretensão, sonho: “Meu projeto é comprar uma casa”.

Projeto é doutrina, filosofia, diretriz: “Meu projeto de país é muito diferente”.

Projeto é idéia ou concepção de produto ou serviço: “Estes dois carros são projetos muito semelhantes”.

Projeto é esboço ou proposta: “Todos têm o direito de apresentar um projeto de lei ao Congresso”.

Projeto é desenho para orientar construção: “Já aprovei e pedi ao arquiteto que detalhasse o projeto”.

Projeto é empreendimento com investimento: “A Prefeitura vai construir novo projeto habitacional”.

Projeto é atividade organizada com o objetivo de resolver um problema: “Precisamos iniciar o projeto de desenvolvimento de um novo motor, menos poluente”.

Projeto é um tipo de organização temporária, criada para realizar uma atividade finita: “Aquele pessoal é a equipe do projeto do novo motor”.

Todas as definições são corretas e abrangem significados do termo projeto. Neste texto, interessam os dois últimos, que definem projeto do ponto de vista do gerencia-mento e administração. Projeto é atividade organizada, que tem por objetivo resolver um problema.

Uma importante distinção: projetos são diferentes de atividades funcionais.
Ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiência educativa em que o processo de construção de conhecimento está integrado às práticas vividas. Esse aluno deixa de ser, nessa perspectiva, apenas um “aprendiz” do conteúdo de uma área de conhecimento qualquer. É um ser humano que está desenvolvendo uma atividade complexa, e que nesse processo está se apropriando, ao mesmo tempo, de um determinado objeto de conhecimento cultural e se formando como sujeito cultural.

Para Hernandez. o trabalho com projetos traz uma nova perspectiva para entendermos o processo ensino-aprendizagem. Aprender deixa de ser um simples ato de memorização, e ensinar não significa mais repassar conteúdos prontos .
                                                                       (Hernandez, 1998 e 2000).



 Bibliografia:

HERNÀNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Fernando Hernández. Trad. Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artmed, 1998.

HERNÁNDEZ, Fernando. Repensar a função da escola a partir dos projetos de trabalho. In: Revista Pátio. Ano 2, n.6, p.27-31, ago/ out 1998.


HERNÁNDEZ, F. & VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.



A Pedagogia de Projetos no Processo Ensino-Aprendizagem da Educação Infantil

Autora: Fernanda de Souza Reis Deprá


A criança é um ser em desenvolvimento, com potencial para tudo, mas que depende de nossa experiência para aprender, a coisa errada ou certa...


Modernamente, a escola objetiva formar cidadãos autônomos e participativos na sociedade. Para conseguir formar este cidadão, é preciso desenvolver nos alunos a autonomia, a qual deve ser despertada desde a Educação Infantil. A Pedagogia de Projetos encontra-se como um instrumento de fácil operacionalização dentre a gama de possibilidades para atingir tal intento.


A Pedagogia de Projetos é uma metodologia de trabalho educacional que tem por objetivo organizar a construção dos conhecimentos em torno de metas previamente definidas, de forma coletiva, entre alunos e professores. http://sitededicas.uol.com.br/gifs/trans.gif



O projeto deve ser considerado como um recurso, uma ajuda, uma metodologia de trabalho destinada a dar vida ao conteúdo tornando a escola mais atraente. Significa acabar com o monopólio do professor tradicional que decide e define ele mesmo o conteúdo e as tarefas a serem desenvolvidas, valorizando o que os alunos já sabem ou respeitando o que desejam aprender naquele momento.


Na Pedagogia de Projetos, a atividade do sujeito aprendiz é determinante na construção de seu saber operatório e esse sujeito, que nunca está sozinho ou isolado, age em constante interação com os meios ao seu redor. Segundo Paulo Freire "o trabalho do professor é o trabalho do professor com os alunos e não do professor consigo mesmo". O papel do educador, em suas intervenções, é o de estimular, observar e mediar, criando situações de aprendizagem significativa. É fundamental que este saiba produzir perguntas pertinentes que façam os alunos pensarem a respeito do conhecimento que se espera construir, pois uma das tarefas do educador é, não só fazer o aluno pensar, mas acima de tudo, ensiná-lo a pensar certo.

O mais importante no trabalho com projetos não é a origem do tema, mas o tratamento dispensado a ele, pois é preciso saber estimular o trabalho a fim de que se torne interesse do grupo e não de alguns alunos ou do professor, só assim o estudo envolverá a todos de maneira ativa e participativa nas diferentes etapas.


É importante perceber a criança como um ser em desenvolvimento, com vontade e decisões próprias, cujos conhecimentos, habilidades e atitudes são adquiridos em função de suas experiências, em contato com o meio, e através de uma participação ativa na resolução de problemas e dificuldades. Por isso, ao desenvolver um projeto de trabalho, os educadores devem estar cientes que algumas etapas devem seguidas:



A primeira delas é a intenção, na qual o professor deve organizar e estabelecer seus objetivos pensando nas necessidades de seus alunos, para posteriormente se instrumentalizar e problematizar o assunto, direcionando a curiosidade dos alunos para a montagem do projeto.


Em seguida, a preparação e o planejamento; nesta segunda etapa, planeja-se o desenvolvimento com as atividades principais, as estratégias, a coleta do material de pesquisa, a definição do tempo de duração do projeto, e como será o fechamento do estudo do mesmo. Ainda nesta fase, o professor deve, elaborar com os alunos a diagnose do projeto que consiste em registrar os conhecimentos prévios sobre o tema (o que já sabemos), as dúvidas, questionamentos e curiosidades a respeito do tema (o que queremos saber) e onde pesquisar sobre o tema, objetivando encontrar respostas aos questionamentos anteriores (como descobrir). Essas atividades prestam-se a valorizar o esforço infantil, contribuindo para a formação do autoconceito positivo.


Execução ou desenvolvimento; é nesta etapa que ocorre a realização das atividades planejadas, sempre com a participação ativa dos alunos, pois eles são sujeitos da produção do saber e, afinal, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua construção. É interessante realizar, periodicamente, relatórios parciais orais ou escritos a fim de acompanhar o desenvolvimento do tema.


E enfim, a apreciação final, na qual é necessário avaliar os trabalhos que foram programados e desenvolvidos, dando sempre oportunidade ao aluno de verbalizar seus sentimentos sobre o desenrolar do projeto, desse modo ao retomar o processo, a turma organiza, constrói saberes e competências, opina, avalia e tira conclusões coletivamente; o que promove crescimento tanto no âmbito cognitivo, quanto no social, afetivo e emocional.


É possível a realização de dois ou três projetos concomitantes com bastante proveito, uma vez que podem abranger diversas áreas de conhecimento, o que oportuniza o desenvolvimento da autonomia para solucionar problemas com o espírito de iniciativa e de solidariedade.


PROJETO O MUNDO ENCANTADO DO CIRCO



Olá Pessoal,
Segue abaixo algumas sugestões pra quem quer trabalhar com o Projeto sobre tema Circo.



sábado, 19 de março de 2011

Estão abertas as inscrições para prêmio sobre uso das TICs na sala de aula



Já estão abertas as inscrições para o Prêmio Internacional EducaRede 2011, evento promovido anualmente pela Fundação Telefônica com o objetivo de fomentar o trabalho em equipe no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na sala de aula. O concurso é aberto a alunos e professores de todo o mundo. O prazo final para a realização de inscrição é o dia 2 de maio.

Este ano, pela primeira vez, se poderá participar com trabalhos criados com qualquer tipo de ferramenta pedagógica ligada às TIC, como blogs de blogger ou wordpress, wikis, webquest, trabalhos com Google docs, speaking images, canais de podcast ou de YouTube, usos didáticos das redes sociais etc. Esses trabalhos competirão em duas modalidades: “Docentes com alunos” ou “Somente Professores”, dependendo se os alunos tiveram ou não um papel ativo no desenvolvimento do trabalho.

Aqueles que realizaram um trabalho mais avançado e tenham criado suas próprias ferramentas, aplicações ou widgets educativos (desde aplicações para o registro das avaliações para os mundos físico e virtual, até materiais de realidade aumentada, passando por aplicações para dispositivos móveis ou tablets digitais, por exemplo) poderão participar na modalidade “Laboratório de Ferramentas”.

O Prêmio Internacional EducaRede tem a finalidade de promover o uso pedagógico das TIC, buscar conscientizar a comunidade educativa sobre o valor potencial destas tecnologias, colocar a seu alcance iniciativas e atividades relacionadas com esses objetivos e reconhecer o esforço do professorado por introduzi-las nos processos de ensino e aprendizagem.

Como participar

Para participar do concurso, os alunos devem formar equipes e, com a ajuda de um professor, realizar trabalhos relacionados com as matérias do currículo escolar de seu país. As diferentes categorias de participação são divididas conforme a idade dos alunos, começando a partir dos três anos.

Um jurado internacional outorgará três prêmios para cada categoria e modalidade de participação, contemplando o professor, os alunos e o centro educativo/escola ao qual pertençam. Além disso, o júri poderá conceder até um máximo de três prêmios especiais, dentre todos os trabalhos apresentados, em cada um dos seguintes temas: trabalhos orientados a facilitar o acesso às TIC e à educação de crianças com necessidades especiais; trabalhos realizados utilizando a tecnologia móvel/celular; trabalhos colaborativos realizados entre docentes e alunos de diferentes países; e trabalhos colaborativos realizados entre docentes e alunos de distintas escolas, no mesmo país.

Os prêmios serão equipamentos tecnológicos de uso educativo. As informações sobre o Prêmio Internacional Educarede, os prazos de entrega de trabalhos e as bases para inscrição podem ser consultados na internet, através do www.educared.org/premiointernacional.

Eventos de gestão educacional estão programados para este mês e abril



Nos próximos dias 23, 24 e 25, acontece o GEduc 2011 – IX Congresso Brasileiro de Gestão Educacional & I Congresso Internacional de Gestão Educacional. O evento será realizado pela Humus, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo (SP). A progamação está voltada para atualidades no âmbito corporativo educacional, com destaque para o a Sessão Internacional, Fórum de Gestão de Pessoas, Jornada de Marketing Educacional e para o Fórum: O Cenário de Inovações na Sociedade Exige Inovações na Gestão?. As inscrições com desconto pela internet vão até o próximo dia 18. Mais informações pelo site www.humus.com.br/geduc, telefone (11) 5535-1397 ou e-mail humus@humus.com.br.

Já no próximo mês a Humus promove, no dia 8 de abril, o II Encontro Nacional de Secretários Acadêmicos & II Encontro Nacional de Secretários Escolares. O evento acontecerá no Hotel Sonesta, também na capital paulista, e será dividido em duas salas, uma para o ensino superior e outra para a educação básica. O foco nos dois níveis de ensino é para as boas práticas de gestão e seus resultados nas secretarias. As legislações em vigor também serão abordadas. Após os encontros, haverá também o workshop: A Gestão Eficaz dos Arquivos na Secretaria Escolar, das 17h às 19h, destinado ao ensino básico. Mais informações e inscrições estão disponíveis no site da Humus.

Também no dia 8 de abril, no mesmo hotel, serão realizados os cursos As intervenções Disciplinares – Os Efeitos da Mediação na Relação Professor-Aluno, das 8h30 Às 12h30, destinado a mantenedores, diretores e coordenadores do ensino básico, e Educação e Currículo – Revisando Conceitos para Mudar Fundamentos e Práticas Pedagógicas, das 13h30 às 17h30, voltado ao mesmo público e a educadores em geral. Mais detalhes dos cursos nas páginas do site www.humus.com.br/eventos/intervencoes e www.humus.com.br/eventos/curriculo.

Prova nacional do MEC para Docente

O Ministério da Educação (MEC) publicou no último dia 3, no Diário Oficial da União, portaria normativa que institui a prova nacional de concurso para o ingresso na carreira docente, que será realizada uma vez por ano, de forma descentralizada, em todas as unidades da Federação. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) será o responsável pela coordenação e aplicação da prova, prevista para 2012.

Docente não será obrigado a fazer prova nacional do MEC de ingresso na carreira


O Ministério da Educação (MEC) publicou no último dia 3, no Diário Oficial da União, portaria normativa que institui a prova nacional de concurso para o ingresso na carreira docente, que será realizada uma vez por ano, de forma descentralizada, em todas as unidades da Federação. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) será o responsável pela coordenação e aplicação da prova, prevista para 2012.

A participação do professor é voluntária. O uso dos resultados para seleção de docentes pelas redes estaduais, municipais e do Distrito Federal se dará por adesão ao exame. A realização da prova nacional tem uma série de objetivos. Entre eles, subsidiar as redes públicas de educação na realização de concurso para admissão de docentes e conferir parâmetros de auto-avaliação aos participantes.

A regulamentação da prova nacional de avaliação de professores, segundo o ministro Fernando Haddad, resulta de um pacto celebrado por entidades ligadas à formação de docentes em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (Cnte) e o MEC.

A portaria também instituiu o comitê de governança, de caráter consultivo, vinculado ao Inep, que tem entre suas atribuições avaliar a matriz de referência da prova nacional, opinar sobre a periodicidade de atualização da matriz e sobre formas de adesão à prova.

Matriz – De acordo com a presidente do Inep, Malvina Tuttman, cerca de 70 especialistas em educação, convocados por chamada pública, elaboraram a proposta de matriz de referência da prova que será submetida ao comitê e colocada em consulta pública no sítio do Inep.

Quando a matriz for fechada – a previsão é que isso aconteça no final de março – o Inep começa construir um banco de itens elaborados por especialistas em educação, que serão convocados por chamada pública. Os itens serão testados para que a prova possa ser aplicada em 2012.

A realização da prova nacional de avaliação, segundo o ministro, integra um conjunto de ações do MEC que visa qualificar cada vez mais a formação dos educadores. O acesso à graduação em instituições públicas de ensino superior ou em particulares com bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) ou com o Financiamento Estudantil (Fies), que agora pode ser quitado com atividade docente, fazem parte dessas ações.

A formação continuada, a definição do piso nacional para a categoria e a oferta de 30 mil bolsas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) em 2011, complementam a iniciativa. A bolsa do Pibid permite ao estudante de licenciatura fazer uma integração prática em escolas da educação básica nos dois últimos anos da graduação.

Confira aqui a matriz de referência da prova e conte pra gente nos comentários o que achou da proposta.

CURRÍCULO MÍNIMO SEEDUC/RJ

Em breve, a sua escola receberá três pastas com o Currículo Mínimo 2011. Este material serve como referência a todas as nossas escolas, apresentando as competências, habilidades e conteúdos básicos que devem estar contidos nos planos de curso e nas aulas. Sua finalidade é orientar, de forma clara e objetiva, os itens que não podem faltar no processo de ensino-aprendizagem, em cada disciplina, ano de escolaridade e bimestre.

Mas você já pode acessar o material para preparar suas aulas:

Língua Portuguesa/Literatura
Matemática
História
Geografia
Filosofia
Sociologia

IMPORTANTE: Neste primeiro momento, foram desenvolvidos o Currículo Mínimo para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio regular, nesses seis componentes. Dentro de um contexto de priorização das necessidades, entendemos que estas disciplinas, bem como esses níveis, segmentos e modalidades de ensino, tiveram urgência no estabelecimento de um Currículo Mínimo. Todavia, estamos cientes de que este é apenas o passo inicial nessa longa caminhada que continuará com o desenvolvimento das demais disciplinas, além de material específico para as turmas de Educação de Jovens e Adultos, Ensino Médio Normal – formação de professores – e também para as turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Orientações curriculares

Enquanto o Currículo Mínimo dessas outras disciplinas, segmentos e modalidades está sendo desenvolvido, você pode utilizar como referência as orientações curriculares anteriores da SEEDUC sobre os conteúdos, competências e habilidades que devem ser trabalhados pelos professores da rede em suas aulas. Na proposta curricular de cada componente abaixo, busca-se estabelecer uma base comum no currículo da rede estadual, que norteie e aproxime as atividades educacionais desenvolvidas em cada escola. Acesse:

Língua Estrangeira
Educação Física
Ciências, Biologia, Física e Química
Educação Artística
Ensino Religioso

Diretrizes Curriculares para os anos iniciais do Ensino Fundamental

Os professores do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental também podem contar com as Diretrizes Curriculares para os anos iniciais do Ensino Fundamental. Este conteúdo quer provocar a reflexão sobre a prática do ensino e promover o seu aperfeiçoamento profissional.

Diretrizes Curriculares – anos iniciais do Ensino Fundamental
Diretrizes Curriculares - Versão esquemática

Orientações Curriculares: EJA e Ensino Médio Normal - Formação de Professores

Para a Educação de Jovens e Adultos e o Ensino Médio Normal, os professores podem buscar referências também nos livros da antiga Reorientação Curricular, de 2006, para planejar as suas práticas:

Livro IV – Curso Normal
Livro V – Educação de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental (anos finais)
Livro VI – Educação de Jovens e Adultos – Ensino Médio

Contamos com a utilização deste Currículo Mínimo por todos os professores da rede estadual de ensino. Colocamo-nos à disposição, pelo endereço eletrônico curriculominimo@educacao.rj.gov.br para esclarecimentos e sugestões, comentários e críticas, que serão bem-vindos e necessários à revisão reflexiva das nossas ações.

É possível entrar em contato direto com a equipe de cada disciplina, pelos e-mails:

matematica@educacao.rj.gov.br
linguaportuguesa@educacao.rj.gov.br
historia@educacao.rj.gov.br
geografia@educacao.rj.gov.br
filosofia@educacao.rj.gov.br
sociologia@educacao.rj.gov.br


Conexão Educação

Conexão Professor

Conexão Aluno

Portal do Cidadão - Governo do Estado do Rio de Janeiro

Programa de Educação do Estado do Estado

Anunciado no dia 7 de janeiro de 2011 pelo secretário de estado de Educação, Wilson Risolia, o Programa de Educação do Estado traz diversas mudanças na estrutura, no ensino e no dia a dia em sala de aula, contemplando: a atualização e a valorização dos professores; a construção de novas escolas e a melhoria na infraestrutura das unidades escolares já existentes; um currículo mínimo para cada disciplina; o processo seletivo para funções estratégicas da área pedagógica e a criação das carreiras de Gestor e Técnico de Educação.

As principais metas da SEEDUC:

* Estar entre as cinco primeiras posições no ranking de educação nacional até 2014;
* Processo seletivo para funções pedagógicas estratégicas – a avaliação acontecerá em quatro etapas: análise curricular, prova, entrevista e treinamento;
* Revisão de licenças médicas e cedidos – atualmente, cerca de 10 mil docentes estão licenciados, cedidos a outros órgãos ou ocupando funções administrativas. Com a implementação do programa, o objetivo é resgatar esses profissionais para as salas de aula.

Sobre o corpo docente e funcionários administrativos:

* Currículo Mínimo – novidade na rede estadual. São diretrizes institucionais sobre os conteúdos, competências e habilidades a serem desenvolvidas no processo de ensino-aprendizagem em todas as escolas da rede estadual. A concepção, redação e revisão desses documentos estão sendo conduzidas por equipes disciplinares de professores da rede estadual;
* Remuneração variável – avaliação e bonificação dos professores de acordo com o desempenho da escola. Serão considerados o fluxo escolar, o rendimento do aluno e a infraestrutura das escolas. O docente que conseguir atingir o limite máximo das metas poderá receber até três salários a mais por ano. O investimento poderá chegar a R$ 140 milhões;
* Auxílio qualificação para professores – ainda neste semestre, os docentes que estiverem em sala de aula receberão um cartão pré-pago, no valor de R$ 500, para utilização em bens pedagógico-culturais. O investimento esperado é de aproximadamente R$ 25 milhões;
* Auxílio transporte – apoio financeiro, no contracheque, para custos com deslocamento dos professores e dos funcionários administrativos que estejam lotados nas unidades escolares. O custo anual será de R$ 68 milhões;
* Escola Seeduc – será criada uma escola onde os professores poderão se aprimorar, com cursos específicos. Também haverá um consórcio com universidades para a formação continuada do docente. A meta é certificar cerca de dez mil professores por semestre.

Em relação aos alunos:

* Aulas de reforço nos contraturnos – apoio pedagógico para alunos com dificuldade de aprendizagem;
* Orientação vocacional – iniciativa voltada a estudantes do Ensino Médio;
* Diminuição da defasagem idade-série –reduzir os índices de repetência.

Unidades Escolares

* Metas específicas para cada unidade escolar – os objetivos a serem alcançados serão definidos de acordo com a realidade de cada escola. O Rio de Janeiro contará com um índice próprio, o IDERJ (Índice da Educação Básica do Rio de Janeiro), com o objetivo de acompanhar e aferir o progresso dos estudantes;
* Diagnóstico da infraestrutura das escolas – a Seeduc, em parceria com a Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), preparou um levantamento com as necessidades estruturais identificadas em todas as unidades escolares. Com o mapeamento, será possível conhecer as áreas onde há a necessidade de construção de escolas ou de reformas nas que já existem. Foram avaliados 23 itens; clique aqui e veja mais detalhes.

Veja os decretos publicados sobre a valorização dos servidores públicos:

* Decreto 42.838 de 4 de fevereiro de 2011 - Transforma na estrutura básica da Secretaria de Estado de Educação - Seeduc 30 (trinta) coordenadorias regionais em 14 (quatorze) regionais administrativas, e dá outras providências;
* Decreto 42.838 de 4 de fevereiro de 2011 - Confere nova redação ao art. 9º do decreto nº 42.791, de 6 de janeiro de 2011, que dispõe sobre a cessão de servidores públicos da Secretaria de Estado de Educação – Seeduc;
* Decreto nº 42.793 de 06/01/2011 - (página 2) - Estabelece programas para o aprimoramento e valorização dos servidores públicos da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro – Secretaria de Estado de Educação – Seeduc e dá outras providências;
* Decreto nº 42.791 de 06/01/2011 - Dispõe sobre a cessão de servidores públicos da Secretaria de Estado de Educação – Seeduc, estabelece prazo para a manifestação dos órgãos e entidades cessionárias e dá outras providências;
* Decreto nº 42.788 de 06/01/2011 - Institui auxílio transporte aos servidores que menciona no âmbito da Secretaria Estadual de Educação – Seeduc e dá outras providências.

FONTE:
http://www.educacao.rj.gov.br/index5.aspx?tipo=categ&idcategoria=668&idsecao=310&spid=2



UMA HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 08 DE MARÇO


SER MULHER



Ser mulher...
É viver mil vezes em apenas uma vida.
É lutar por causas perdidas e
sempre sair vencedora.
É estar antes do ontem e depois do amanhã.
É desconhecer a palavra recompensa
apesar dos seus atos.

Ser mulher...
É caminhar na dúvida cheia de certezas.
É correr atrás das nuvens num dia de sol.
É alcançar o sol num dia de chuva.

Ser mulher...
É chorar de alegria e muitas vezes
sorrir com tristeza.
É acreditar quando ninguém mais acredita.
É cancelar sonhos em prol de terceiros.
É esperar quando ninguém mais espera.

Ser mulher...
É identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa.
É ser enganada, e sempre dar mais uma chance.
É cair no fundo do poço, e emergir sem ajuda.

Ser mulher...
É estar em mil lugares de uma só vez.
É fazer mil papeis ao mesmo tempo.
É ser forte e fingir que é frágil...
Pra ter um carinho.

Ser mulher...
É se perder em palavras e
depois perceber que se encontrou nelas.
É distribuir emoções
que nem sempre são captadas.

Ser mulher...
É comprar, emprestar, alugar,
vender sentimentos, mas jamais dever.
É construir castelos na areia,
ve-los desmoronados pelas águas.
E ainda assim amá-los.

Ser mulher...
É saber dar o perdão...
É tentar recuperar o irrecuperável.
É entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.

Ser mulher...
É estender a mão a quem ainda não pediu.
É doar o que ainda não foi solicitado.

Ser mulher...
É não ter vergonha de chorar por amor.
É saber a hora certa do fim.
É esperar sempre por um recomeço.

Ser mulher...
É ter a arrogância de viver
apesar dos dissabores,
das desilusões, das traições e
das decepções.

Ser mulher...
É ser mãe dos seus filhos...
Dos filhos de outros.
É amá-los igualmente.

Ser mulher...
É ter confiança no amanhã e
aceitação pelo ontem.
É desbravar caminhos difíceis
em instantes inoportunos.
E fincar a bandeira da conquista.

Ser mulher...
É entender as fases da lua
por ter suas próprias fases.









segunda-feira, 7 de março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE - Onde todo mundo quer ser professor



Daniela Lessa

Reconhecida mundialmente pelo seu ensino de qualidade, a Finlândia conquistou a maior pontuação no Programa Internacional de Avaliação de Alunos de 2006 – ou Programme for International Student Assessment (Pisa) – que avalia o desempenho dos sistemas educacionais de 66 países. Mas, qual o segredo do sucesso do ensino finlandês? Por que sua taxa de repetição de ano é de apenas 2% dos estudantes? Investir nos alunos mais fracos e na excelência dos professores são algumas das repostas. É o que explica o professor Jouni Välijärvi, diretor do Instituto de Pesquisas Educacionais da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia. Nesta entrevista à Profissão Mestre, realizada recentemente durante o Seminário de Educação para a Cidadania, promovido pela Fundação SM, em São Paulo (SP), ele afirma que, apesar dos professores não terem os melhores salários do país, a faculdade de Pedagogia é uma das mais populares. Välijärvi também foi o responsável pela implantação do Pisa na Finlândia, tem artigos de repercussão internacional e desenvolve pesquisas nas áreas de sistemas de educação e currículo escolar, formação de professores e bem-estar dos estudantes.

Profissão Mestre – Como é o investimento em educação na Finlândia? É todo público?

Jouni Välijärvi - Sim e está na média dos países industrializados. Não temos um investimento muito alto, embora seja mais intenso na escola secundária, na idade (de alunos) entre 12 e 15 anos. Hoje, apenas 1,5% dos estudantes estão em colégios particulares. É importante destacar, porém, que mesmo estas escolas são financiadas com dinheiro público e não têm permissão legal para cobrar qualquer taxa dos pais dos alunos. A educação na Finlândia, portanto, é gratuita para todos, inclusive na universidade.

Profissão Mestre - No Brasil, existem escolas públicas e privadas, o que pode, eventualmente, reproduzir as diferenças sociais, segundo especialistas. Como o senhor observa essa questão?

Välijärvi - Há muitas pesquisas que sustentam esta afirmação e essa é uma das razões pelas quais reformamos a escola na Finlândia, nos anos 1970. Nós sabíamos, por meio de várias pesquisas, que há um impacto econômico na educação e que cidadãos de extratos sociais mais baixos teriam dificuldade em pagar os estudos de seus filhos e, assim, o sistema de educação privado acaba reproduzindo os problemas das gerações anteriores. A escola finlandesa tem como pilar a equidade entre os estudantes e não só em relação ao acesso à escolaridade, mas também na homogeneização dos resultados. Achamos fundamental que todos os alunos, mais e menos talentosos, trabalhem juntos na escola.

Profissão Mestre – Mas a Finlândia não tem os problemas sociais do Brasil.

Välijärvi - Não, mas tivemos uma sangrenta guerra civil no início do século XX e a ideia de integrar as diferenças na sociedade foi uma das razões para criarmos esse tipo de educação universal.

Profissão Mestre - Sobre a questão da igualdade, o senhor comentou que a Finlândia oferece o mesmo programa para todos os estudantes do país e, por outro lado, cada professor tem ampla autonomia em sala de aula. Como isso acontece? Välijärvi - Embora a qualidade das nossas escolas seja homogênea e o programa basicamente o mesmo, não estabelecemos um modelo rígido para os professores seguirem. Em cada sala de aula, são eles que devem decidir seus planos de ensino a partir do interesse dos estudantes. Não controlamos os docentes como fazem outros países, não temos nenhum teste nacional nas escolas, pois temos confiança de que o professor, que está em contato com os alunos, é quem sabe o que deve ser ensinado a cada momento.

Profissão Mestre – Então, a educação na Finlândia adota uma abordagem construtivista?

Välijärvi – Exatamente. Não acreditamos no modelo em que a informação deve ser trazida pelo professor para o estudante, de fora para dentro, como é o modelo tradicional. Por isso, é o professor que deve perceber os interesses dos alunos e definir os métodos e conteúdos a serem ensinados. Há um teste de comparação entre os estudantes de todo o país, mas não é obrigatório e os educadores definem como será sua aplicação.

Profissão Mestre – A Finlândia conquistou o primeiro lugar no Pisa e é um país com uma educação especialmente evoluída. Qual conselho o senhor daria para o Brasil elevar a qualidade de seu ensino?

Välijärvi - Não gosto muito de dar esse tipo de conselho porque as realidades de cada país são diferentes, mas um aspecto que considero fundamental para a qualidade de ensino na Finlândia é a decisão de dar especial atenção aos estudantes com dificuldade de aprendizagem. Como já disse, a ideia de igualdade na escola finlandesa não se limita ao acesso à educação, mas visa uniformizar os resultados dos estudantes, investindo nos mais fracos para que eles possam acompanhar os mais talentosos. Creio que essa política, embora seja oposta a de muitos países que procuram maximizar o potencial de seus melhores alunos, trouxe maior eficiência para o sistema educacional como um todo. Temos professores especializados para lidar com alunos com dificuldades e não investimos particularmente nos mais talentosos. Acreditamos que o mais importante para estes é ter liberdade para desenvolver suas habilidades. Se um jovem é muito bom em matemática, podemos incentivá-lo a usar tecnologia, por exemplo, mas ele não precisa de uma atenção tão pessoal.

Profissão Mestre – Como se dá o investimento nos estudantes mais fracos?

Välijärvi – Há um sistema de educação suplementar, com aulas uma ou duas vezes na semana para estudantes com dificuldades. O importante é que a educação especial seja integrada à educação clássica e não haja separação entre os alunos. Os grupos heterogêneos têm se mostrado muito positivos e os alunos mais talentosos servem de exemplo para os demais. Isso tem se mostrado eficiente, tanto que a taxa de repetição de ano na Finlândia é de apenas 2% dos estudantes.

Profissão Mestre – O senhor também afirma que a formação dos professores é outro fator fundamental para a excelência educacional da Finlândia. Como é esse processo?

Välijärvi – Uma decisão política que contribuiu para se garantir a elevação da qualidade dos professores foi a exigência de mestrado para ingresso na profissão, mesmo para os níveis mais básicos. Como enfatizamos a constituição de turmas heterogêneas, o professor precisa ter habilidade para lidar com essas diferenças e, portanto, precisa de uma boa formação. O curso de Pedagogia, portanto, é baseado na integração entre teoria e prática, inclui uma especialização em educação para estudantes com necessidades especiais e há, ainda, a obrigatoriedade de participação de programas de treinamento anuais. Atualmente, cada professor formado e com mestrado é obrigado a participar de pelo menos três dias por ano de treinamento. São apenas três dias e eles costumam fazer os cursos nas férias, mas é obrigatório.

Profissão Mestre – Qual é o teor básico dos cursos de Pedagogia na Finlândia, como é essa dinâmica?

Välijärvi – A formação acadêmica dos professores envolve estudos em Educação nos níveis básico, intermediário e avançado, estudo das disciplinas ministradas na escola básica e de uma disciplina ministrada na escola secundária, conhecimento de comunicação e orientação de alunos e, finalmente, alguns créditos optativos. Em todo o processo, porém, há incentivo à pesquisa e, paralelamente, todos têm formação prática.

Profissão Mestre – Um outro aspecto que chama a atenção é o status social conquistado pelo professor finlandês. O senhor disse que as pesquisas nacionais conferem a este profissional a mesma importância de médicos e advogados. O salário é condizente com essa valorização?

Välijärvi – Não. Se observarmos o status social de uma família de médicos ou advogados e outra de professores, veremos que estes vivem em um nível econômico mais baixo. Na verdade, os salários para a escola primária são bastante baixos em relação às remunerações finlandesas e os salários para a escola secundária são um pouco melhores, mas não são altos. No entanto, as pesquisas revelam que os professores são considerados tão importantes para a sociedade quanto médicos e advogados.

Profissão Mestre – Então, o que leva os finlandeses a se motivarem pela profissão?

Välijärvi – Não sei muito bem, mas o fato é que a faculdade de Pedagogia é uma das mais populares na Finlândia. Na universidade em que leciono, apenas 15% dos interessados em fazer o curso são aproveitados e isso nos permite selecionar os melhores candidatos, afinal são todos ou quase todos muito bons. Uma característica interessante é que a maioria dos candidatos a professor de escolas primárias é formada por mulheres e creio que sua motivação é poder trabalhar com crianças. Na escola secundária, a participação de homens e mulheres é mais equilibrada: nas disciplinas exatas e de ciências há mais homens e nas disciplinas de línguas há mais mulheres. Outro fator atrativo da carreira é sua estabilidade; ser professor é um trabalho para toda a vida e isso pode atrair muitas pessoas.

Profissão Mestre – Na sua opinião, qual é o grande desafio da Educação em termos mundiais? Talvez a tecnologia?

Välijärvi - A tecnologia é o desafio do mundo. Não estamos muito satisfeitos com as formas de usá-la na Finlândia e, de um modo geral, os professores são contrários ou estão pouco motivados para aplicar usos tecnológicos nas escolas. E parte disso ocorre porque a maioria dos estudantes sabe mais do que os professores sobre o assunto. Atualmente, apenas 5% dos estudantes finlandeses não gostam ou não têm acesso a computadores. Creio que é preciso encontrar um jeito de usar a tecnologia de um modo natural, como parte de todas as atividades da escola, afinal essa é uma habilidade importante para o futuro. É quase como saber ler e escrever, da mesma forma que os alunos não podem sair da escola iletrados, também não podem sair sem saber usar a tecnologia.

Entrevista divulgada na revista Profissão Mestre de fevereiro de 2010.

Violência em sala de aula traumatiza crianças





Nossas crianças estão sendo expostas a circunstâncias terríveis durante o período escolar, principalmente nas escolas públicas de regiões onde a criminalidade está cada vez maior.

     Esses alunos são sobressaltados pelas ondas de tiroteio, pelas drogas e por não terem a proteção devida. Seus pais saem cedo para o trabalho, os professores mal dão conta dos afazeres da escola. Quem vai, então, protegê-las? E qual será o maior mal provocado nesses futuros adultos? Será que isso traumatiza a ponto de mudar o comportamento de uma criança?
     A criança que vive sobressaltada acaba mudando de comportamento. Algumas, ainda por cima, vão sofrer bullying pelos coleguinhas. Vemos que vários comportamentos surgem nos últimos tempos. Mudança na sociedade? Sim! Mas o que fazer para proteger nossas crianças? Temos que tomar consciência de que temos violência nas ruas (como os tiroteios), as drogas são “empurradas” aos jovens e, dentro das escolas, existe o assédio agressivo de coleguinhas que praticam bullying (ridicularizar, fazer chacota dos outros colegas mais fracos). Os pais estão cada vez mais sem tempo para cuidar de seus filhos, as escolas cada vez mais expostas à frequente violência, que é praticada por jovens que se tornam bandidos dentro e fora das escolas. O que podemos esperar senão que os nossos pequenos se “escondam” da vida? Sim, é isso que acontece: as crianças ainda não estão preparadas para se defenderem dos perigos e, portanto,  submetem-se a viver de forma disfarçada, sem ao menos saberem que estão fazendo exatamente isso!
     Elas vão mudando o comportamento, tornando-se tímidas, com medo de ir às aulas, ou por que têm um coleguinha que as maltrata ou por que, no seu caminho até a escola, passam por tiroteios ou malandros que querem usá-las de alguma maneira. Começa uma série de mudanças comportamentais, como dores de barriga, gripes recorrentes, timidez, dificuldade de aprendizado, etc. Elas passam a não mais quererem frequentar a escola, preferem ficar escondidas em casa. O pânico pode se instalar e elas podem vir a sofrer de um mal necessário para se proteger. Esse é o perigo; estamos deixando que os pequenos se virem sozinhos!
     Fica aqui um alerta geral às escolas e aos pais: cuidem bem de suas crianças, fiquem atentos às pequenas mudanças de comportamento, dores de cabeça, infecções recorrentes, timidez exagerada, ataques de ansiedade. Esses sinais sinalizam que algo não vai bem e podem ser percebidos por pais e educadores. Outra recomendação é o professor perguntar aos alunos o que se passa, do que eles estão com receio. Procurem mudar a forma de protegê-los, pois, se eles estão com estes sintomas, estão totalmente desprotegidos. Cabe aos educadores informar aos pais as mudanças percebidas. Cabe aos pais proteger seus filhos como uma onça protege a cria dos perigos da selva; eles ainda não estão formados e precisam de ajuda.
     Essa criança que muda de comportamento ou tem ataques de pânico, fobias, dores, timidez, nervosismo, sudorese e preocupação constante precisa ser protegida, terapia e, às vezes, até mesmo de um psiquiatra.
     Texto da psiquiatra Sofia Bauer enviado ao Jornal Virtual. A autora é formada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e hipnoterapeuta formada em Phoenix, AZ, pela Milton H. Erickson Foundation.
E-mail: sofiabauer@terra.com.br

O magistério: uma carreira só de mulheres?




Primeiro temos que considerar a existência da divisão sexual do trabalho, ou seja, atividades mais ligadas ao gênero feminino ou masculino; é claro que essa divisão felizmente está se tornando mais e mais nebulosa, já que as mulheres passam a ocupar postos tradicionalmente ligados ao “mundo masculino”, como altos cargos de chefia nas empresas, e os homens também se voltam para atividades muito próprias do “mundo feminino”, mas esses últimos num ritmo menos acelerado, já que são profissões menos remuneradas e que ocupam um status menor na sociedade, talvez justamente porque estão tão intimamente ligadas ao mundo feminino.

     A educação é daqueles campos considerados como “área de cuidado” e, como tal, foi destinada à mulher, mesmo antes da revolução sexual ou das discussões mais acirradas sobre os direitos e a autonomia da mulher, observados a partir dos anos de 1960.
     Quanto à classe social, quando olhamos em perspectiva histórica, as salas de aula eram o destino de muitas mulheres de classe média ou média alta e que, de certa forma, já rompiam, mesmo que timidamente, com o modelo posto no século 20 – já que é preciso lembrar que, no século 19, as mulheres exerciam atividades produtivas no interior das fábricas.
     Dado esse fator, é preciso, num primeiro momento, observar a relação entre gênero e educação no Brasil. Notamos claramente uma mudança no perfil de quem ocupa a frente de uma sala de aula. Se antes tínhamos mulheres de classe média ou média alta, que viam nas salas de aula uma possibilidade de exercício profissional, o aumento no acesso aos bancos escolares, a desvalorização do professor, as más condições de trabalho, a facilidade no acesso ou os baixos custos das licenciaturas fizeram com que a área se tornasse cada vez menos atrativa e passasse a ser uma opção secundária ou a primeira forma de ascensão de parte de mulheres que vêm de famílias com baixa renda e escolaridade. Temos aí, portanto, uma primeira mudança, ou seja, de profissão voltada para a fruição de mulheres de classe média ou média alta, passou a ser uma profissão para aquelas que têm poucas opções para a ascensão social.
     Outro fator que não pode, de forma alguma, ser desconsiderado são as diferenças de valorização dentro do magistério. Quanto mais ligado aos cuidados, como na educação Infantil, mais se nota a presença de mulheres, a menor valorização, a baixa renda e escolaridade. Quando vamos avançando para as séries do ensino médio e posteriormente o ensino superior, vemos a presença masculina aumentando sobre a feminina, notadamente no ensino superior que é o espaço, dentro do sistema escolar, que está menos ligado aos cuidados e mais voltado para a formação intelectual destinada a uma atividade produtiva. Em resumo, a avanço nos anos escolares que vai da educação básica – ensino infantil, fundamental e médio – até o ensino superior traz também uma mudança de perfil de quem está à sua frente, criando-se assim a dicotomia: de um lado temos a educação básica marcada pela baixa escolaridade, baixos salários, baixa especialidade e alta atuação de mulheres (sobretudo oriundas de famílias igualmente de baixa renda e escolaridade); e de outro a educação superior com profissionais de alta escolaridade, já que é preciso mais anos de estudo e dedicação para ocupar uma vaga, altos salários (quando comparados com os atuantes nos primeiros anos de formação), alta especialidade e maior atuação de homens. Nota-se, portanto, que o magistério não é uma carreira homogênea e que ela também expressa as diferenças de gênero postas na nossa sociedade.
     Artigo de Karla Gobo enviado ao Jornal Virtual. Ela é doutoranda em Sociologia (UNICAMP), mestre em Ciência Política (USP), graduada em Ciências Sociais (UFPR), coordenadora e professora dos cursos de graduação em Ciência Política e Relações Internacionais do Grupo Uninter.
E-mail: karlagobo@grupouninter.com.br

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